Agora vejo o motivo pelo qual a presidente Dilma Rousseff não
conseguiu obter grau de pós-graduação na Unicamp: ela entende pouco de
economia. E mesmo de números. Disse no debate, na Band, que o
Brasil “quebrou três vezes” no governo do PSDB. De onde tirou tal falsidade?
O Brasil estava em moratória desde o final do governo Sarney
(será que é a isso que ela se refere quando diz “quebrado”). Desde quando
assumi o ministério da Fazenda, no governo Itamar, começamos a refazer a
credibilidade do país. Em outubro de 1993 assinamos uma renegociação da dívida
externa e voltamos aos mercados internacionais. Fizemos em 1994 o Plano Real,
sem apoio do FMI, e erguemos a economia. Começava o período de construção da
estabilidade, que durou todo meu primeiro mandato, passando por crises bancárias,
Proer, renegociação das dívidas dos estados e municípios etc.
No início do segundo mandato, depois das consequências da
crise da Ásia (1997), da crise argentina e toda sorte de dificuldades externas
e internas – graças a atos políticos irresponsáveis da oposição e à
incompletude do ajuste fiscal – sofremos forte desvalorização cambial em
janeiro de 1999, apesar de havermos assinado em 1998 um acordo de empréstimo
com o FMI (será que é isso que a Presidente chama de “quebrar o país”?). A
inflação não voltou, apesar das apostas em contrário, e antes do fim do
primeiro semestre de 1999 já havíamos recuperado condições de crescimento,
tanto assim que em 2000 o PIB cresceu 4,7%.
Nova dificuldade financeira, a despeito das restrições na
geração de energia, só ressurgiu no segundo semestre de 2002. Por que? Devido
ao “efeito Lula”: os mercados financeiros mundiais e locais temiam que a
pregação do PT fosse para valer. Sentimos o efeito inflacionário (os 12% a que
a Presidente sempre se refere, que devem ser postos à conta do PT). Aí sim,
recorremos ao FMI, mas com anuência expressa de Lula e para permitir que seu
governo reagisse em 2003, como fez. Do empréstimo, 20% seriam para usar no
resto de meu mandato e 80% no de Lula… Não houve interrupção do fluxo financeiro
internacional, nem quebradeira alguma.
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