Seminário “Novos Caminhos para o desenvolvimento da
indústria”, da FIRJAN, apresentou quatro soluções de alunos do SENAI de Nova
Friburgo para problemas reais de indústrias da região
O aumento da competitividade da indústria fluminense, tanto
no cenário nacional como internacional está diretamente ligado a ações de
inovação. Esse foi o tema central do seminário “Novos Caminhos para o
desenvolvimento da indústria”, que aconteceu na terça-feira, no Sistema
FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
Idealizado pelo
Grupo Metal Mecânico, que reúne 3.200 empresas e mais de 100 mil funcionários
no estado do Rio, o seminário discutiu a inovação nos três segmentos que formam
o tripé para o futuro da indústria: produção em Lean, método de gestão
empresarial que une melhoraria de produtividade, redução de custos e
qualificação dos funcionários; design como forma de pensar (“design thinking”)
e indústria 4.0, como tem sido chamada a quarta revolução industrial, uma era
em que tecnologia, interconectividade e análise de dados permitirá a fusão dos
mundos reais e virtuais na produção.
O evento apresentou dez iniciativas que fazem parte do
“Desafio SENAI de Projetos Integradores”, um programa da FIRJAN para desenvolver
em seus alunos a capacidade de criar ações inovadoras e pensar de forma
empreendedora. Os alunos elaboraram soluções para problemas reais da indústria,
que foram enviados pelas próprias empresas pela iniciativa #MandaProSENAI.
Todas as soluções atendem a exigências de normas de regulamentação do setor
produtivo, como a NR 12, que define referências técnicas, princípios
fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física
dos trabalhadores no uso de máquinas e equipamentos.
Quatro projetos são de alunos do SENAI de Nova Friburgo, que
apresentaram ideias para resolver falhas na linha de produção de empresas da
região. Para a empresa 3F Fechaduras, os estudantes Guilherme Mello, de 18
anos, e Matheus Costa, de 19, estudantes dos cursos de mecânica e automação
industrial, respectivamente, criaram um dispositivo eletrônico para fixar a
parte do cadeado por onde entram pequenas peças como pinos e molas, uma espécie
de tampa do corpo do cadeado. Chamado de “cravação automática”, o equipamento
desenvolvido aumenta a produtividade e a segurança do trabalhador.
Para a
empresa atuante no ramo de esquadrilhas de alumínio, Serril, o aluno Rafael
Militão, de 25 anos, do curso técnico em mecânica, projetou um dispositivo
capaz de medir automaticamente o comprimento de uma barra de alumínio, operação
que é feita manualmente pelo funcionário, com uma trena, na mesa de corte.
Para
a empresa MHS, fabricante de máquinas, os alunos Rubiel Vasconcelos, de 18
anos, e Leandro Pereira, de 17, desenvolveram uma estrutura que envolve a mesa
aquecida de corte de estruturas metálicas, com a função de servir como
exaustor, abafador de ruídos e também promover a segurança do operário.
“A indústria vai exigir cada vez mais profissionais
empreendedores, com habilidades para resolver problemas que apareçam no setor
onde trabalham. O papel do SENAI é capacitar profissionais para essa nova
demanda. O futuro da indústria será de menos esforço humano e de mais cérebro”,
explica Cláudio Tangari, vice-presidente da FIRJAN e presidente do SindMetal
(Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de
Nova Friburgo).
“Hoje é comum um operário que atue em uma única função, mas a
tendência é que ele se responsabilize por outras tarefas do setor, e possa
criar ideias para a empresa, por isso temos que começar agora a capacitar esses
profissionais no SENAI”, diz Lucenil Carvalho, presidente do Simmerj (Sindicato
das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Rio
de Janeiro).
Para ciclo de apresentações do seminário, o evento organizou
três painéis com os temas que formam o tripé do futuro da indústria: Design,
Indústria 4.0 e Lean. O empresário Fred Gelli, da Tátil Design de Ideia,
agência responsável pela criação do símbolo oficial dos Jogos Rio 2016
(escultura com três pessoas se abraçando), comandou a palestra “Como conquistar
espaço no mercado e alavancar os negócios através do design”. Ele falou sobre a
mudança de percepção do design como uma forma de pensar e não apenas como
estratégia para dar forma a produtos. “O profissional de design hoje é
responsável por elaborar ideias inovadoras a partir de uma observação
abrangente da situação, de fazer novas conexões”, diz Gelli.
Para defender o
tema “Como tornar a indústria mais produtiva”, o presidente do Lean Institute
Brasil, José Roberto Ferro, explicou os fundamentos do “lean thinking”, baseado
no sistema Toyota de produção, que busca impulsionar o valor dos produtos e
serviços no mercado por meio do melhor uso de recursos, otimização de processos
e valorização da força de trabalho.
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