Educar. v. t. Instruir, desenvolver as faculdades intelectuais e normais do aluno; adestrar, treinar; fazer crescer; criar; dar bons modos a alguém, torná-lo civil e urbano, polido. Lat. educare, do tema de educêre, conduzir, levar a um determinado fim. Deriv. educado, adj. instruído, urbano, polido de ações. Grande Dicionário Etmológico-Prosódico da Língua Portuguesa. Francisco da Silveira Bueno. 1968. 3º volume.
Nova Friburgo é um município tipicamente brasileiro. Hoje, entre os duzentos maiores municípios do país, segundo dados do IBGE, Friburgo encarna a média de quase todos os índices das demais cidades dentro do “ranking”.
Situado em uma região esplendorosa da Mata Atlântica chamada Serra dos Órgãos, possui uma bela cadeia de montanhas e uma vegetação magnífica, patrimônio que deve ser cuidado e que merece grande atenção por parte das autoridades e da população.
Nesses últimos anos, principalmente a partir de meados da década de 1980, vimos Friburgo sair de uma posição de cidade pacata do Interior Fluminense para um município de médio porte e com isso, assimilando vários problemas típicos das cidades maiores.
Houve aumento substancial da violência, com avanço da criminalidade, demanda por novos empregos nem sempre proporcional ao crescimento populacional, esgotamento das vias de transporte, principalmente do eixo urbano, elevação da poluição, produzindo efeitos danosos ao meio ambiente, visivelmente nos rios principais da região, fato que devemos lastimar.
O desmatamento, seguido pela ocupação indisciplinada do solo, muitas vezes em áreas que deveriam ser prioritariamente de conservação ambiental, fez com que decrescesse o volume de água da bacia hidrográfica do município, hoje, na área urbana, puramente um valão de esgotamento sanitário. Esse fato contribuiu negativamente, trazendo mudanças climáticas indesejáveis, o que favoreceu o aumento da temperatura média e criou problemas ecológicos que se não combatidos desde já, levará no futuro a uma crise grave no meio ambiente.
Além das medidas necessárias, visando sanear os problemas causados pelo crescimento do município, é prioritário investir massiçamente em educação e não só na educação formal, mas também em outras modalidades educativas.
Autoridades, empresários e a população em geral, devem participar ativamente no processo de conscientização para a formação de uma mentalidade cooperativa, voltada para uma maior integração com o meio ambiente, disseminação de uma cultura que valorize uma melhor qualificação do indivíduo. Assim como, estimular o surgimento e a manutenção de cursos de aperfeiçoamento da mão-de-obra e a criação de instrumentos que produzam a promoção humana e a integração de seus cidadãos a um patamar mais elevado de vida. É fundamental melhorar as condições da população com melhor distribuição da renda gerada, ampliando o poder aquisitivo das pessoas para que possam consumir mais e melhor, o que em contrapartida gera maior retorno para a economia local.
As autoridades podem contribuir criando programas de incentivo às empresas que estimulem seus funcionários a obterem uma melhor formação profissional e cultural, também àquelas que forem “amigas do meio-ambiente”. Podem e devem exercer seu papel no controle da ocupação do solo, coibindo e desestimulando o desmatamento e as construções nas áreas de vocação ecológica. Devem, também, fazer campanhas no sentido de educar a população para que desenvolva um maior amor pela cidade e evite desde já a degradação dos recursos naturais. Tais programas devem atingir desde as escolas fundamentais até a população em geral e deve primar pela ação direta e não somente cair na retórica politiqueira vazia.
Empresários e agentes econômicos devem assumir maiores responsabilidades sociais e qualificar-se como agentes na conservação ambiental e na melhora da condição de vida da população e isso começa com uma reavaliação da remuneração média do trabalhador, que em Friburgo é notoriamente ínfima. Tem-se que abandonar a mentalidade exploradora e adotar-se uma que seja fomentadora do desenvolvimento econômico, não somente do enriquecimento pessoal à custa da opressão da classe trabalhadora. Qualificando-se melhor o trabalhador, favorecendo-se sua ascensão a um patamar superior de consumo, obter-se-á em contrapartida um maior retorno, ampliando-se por conseqüência os negócios. O empresário precisa focar seus investimentos na cidade e na sua população e não em alhures.
Cabe à população resgatar o espírito comunal, conscientizar-se de que a cidade é nossa e que se cada um cuidar um pouco, os benefícios trazidos com essa atitude reverterão para nós mesmos. Também deve pressionar ativamente as autoridades para que correspondam à confiança depositada na administração do município, participando mais ativamente da vida pública e das associações comunitárias, que devem ser militantes do bem estar e não trampolim para a ascensão política de alguns indivíduos.
Na base de tudo isso, está a educação, esse termo tão preterido, tão mal compreendido. Sem uma educação generalizada, que não vise somente a instrução formal, mas que produza resultados nos diversos campos de ação humana, estamos fadados à desagregação social e à degradação ambiental, colaborando para a queda nos índices de qualidade de vida. Isso se refletirá social e economicamente, trazendo para Friburgo uma crise sem precedentes.
Temos que recuperar o tempo perdido em gestões descompromissadas com os aspectos mencionados anteriormente, tanto por parte do poder público, quanto pelo empresariado do município, que com raras exceções mantém-se arcaico, numa postura econômica, social e ambiental de indiferença às conseqüências de suas ações e descompromissados com o social.
O povo friburguense deve se unir na busca de resultados práticos. Os trabalhadores têm que tomar consciência das exigências do novo mercado de trabalho, que demanda uma progressiva e continuada qualificação. Cada vez se estrangula mais o espaço para analfabetos ou semi-alfabetizados, para aquelas funções que exigem menor qualificação. Deve também zelar pelo meio-ambiente, evitando as causas de sua deterioração.
Se cada um fizer um pouco e assumir seu papel cooperativo dentro de nossa sociedade, Nova Friburgo poderá vir a ser um exemplo para os demais municípios do país. Por enquanto, pelo que vejo, encontra-se em um estágio de total indefinição quanto ao seu papel.
A resposta para a solução da maior parte dos problemas está numa só palavra: educação, na sua acepção mais ampla. Basta que se leve a sério.
S. Quimas
Situado em uma região esplendorosa da Mata Atlântica chamada Serra dos Órgãos, possui uma bela cadeia de montanhas e uma vegetação magnífica, patrimônio que deve ser cuidado e que merece grande atenção por parte das autoridades e da população.
Nesses últimos anos, principalmente a partir de meados da década de 1980, vimos Friburgo sair de uma posição de cidade pacata do Interior Fluminense para um município de médio porte e com isso, assimilando vários problemas típicos das cidades maiores.
Houve aumento substancial da violência, com avanço da criminalidade, demanda por novos empregos nem sempre proporcional ao crescimento populacional, esgotamento das vias de transporte, principalmente do eixo urbano, elevação da poluição, produzindo efeitos danosos ao meio ambiente, visivelmente nos rios principais da região, fato que devemos lastimar.
O desmatamento, seguido pela ocupação indisciplinada do solo, muitas vezes em áreas que deveriam ser prioritariamente de conservação ambiental, fez com que decrescesse o volume de água da bacia hidrográfica do município, hoje, na área urbana, puramente um valão de esgotamento sanitário. Esse fato contribuiu negativamente, trazendo mudanças climáticas indesejáveis, o que favoreceu o aumento da temperatura média e criou problemas ecológicos que se não combatidos desde já, levará no futuro a uma crise grave no meio ambiente.
Além das medidas necessárias, visando sanear os problemas causados pelo crescimento do município, é prioritário investir massiçamente em educação e não só na educação formal, mas também em outras modalidades educativas.
Autoridades, empresários e a população em geral, devem participar ativamente no processo de conscientização para a formação de uma mentalidade cooperativa, voltada para uma maior integração com o meio ambiente, disseminação de uma cultura que valorize uma melhor qualificação do indivíduo. Assim como, estimular o surgimento e a manutenção de cursos de aperfeiçoamento da mão-de-obra e a criação de instrumentos que produzam a promoção humana e a integração de seus cidadãos a um patamar mais elevado de vida. É fundamental melhorar as condições da população com melhor distribuição da renda gerada, ampliando o poder aquisitivo das pessoas para que possam consumir mais e melhor, o que em contrapartida gera maior retorno para a economia local.
As autoridades podem contribuir criando programas de incentivo às empresas que estimulem seus funcionários a obterem uma melhor formação profissional e cultural, também àquelas que forem “amigas do meio-ambiente”. Podem e devem exercer seu papel no controle da ocupação do solo, coibindo e desestimulando o desmatamento e as construções nas áreas de vocação ecológica. Devem, também, fazer campanhas no sentido de educar a população para que desenvolva um maior amor pela cidade e evite desde já a degradação dos recursos naturais. Tais programas devem atingir desde as escolas fundamentais até a população em geral e deve primar pela ação direta e não somente cair na retórica politiqueira vazia.
Empresários e agentes econômicos devem assumir maiores responsabilidades sociais e qualificar-se como agentes na conservação ambiental e na melhora da condição de vida da população e isso começa com uma reavaliação da remuneração média do trabalhador, que em Friburgo é notoriamente ínfima. Tem-se que abandonar a mentalidade exploradora e adotar-se uma que seja fomentadora do desenvolvimento econômico, não somente do enriquecimento pessoal à custa da opressão da classe trabalhadora. Qualificando-se melhor o trabalhador, favorecendo-se sua ascensão a um patamar superior de consumo, obter-se-á em contrapartida um maior retorno, ampliando-se por conseqüência os negócios. O empresário precisa focar seus investimentos na cidade e na sua população e não em alhures.
Cabe à população resgatar o espírito comunal, conscientizar-se de que a cidade é nossa e que se cada um cuidar um pouco, os benefícios trazidos com essa atitude reverterão para nós mesmos. Também deve pressionar ativamente as autoridades para que correspondam à confiança depositada na administração do município, participando mais ativamente da vida pública e das associações comunitárias, que devem ser militantes do bem estar e não trampolim para a ascensão política de alguns indivíduos.
Na base de tudo isso, está a educação, esse termo tão preterido, tão mal compreendido. Sem uma educação generalizada, que não vise somente a instrução formal, mas que produza resultados nos diversos campos de ação humana, estamos fadados à desagregação social e à degradação ambiental, colaborando para a queda nos índices de qualidade de vida. Isso se refletirá social e economicamente, trazendo para Friburgo uma crise sem precedentes.
Temos que recuperar o tempo perdido em gestões descompromissadas com os aspectos mencionados anteriormente, tanto por parte do poder público, quanto pelo empresariado do município, que com raras exceções mantém-se arcaico, numa postura econômica, social e ambiental de indiferença às conseqüências de suas ações e descompromissados com o social.
O povo friburguense deve se unir na busca de resultados práticos. Os trabalhadores têm que tomar consciência das exigências do novo mercado de trabalho, que demanda uma progressiva e continuada qualificação. Cada vez se estrangula mais o espaço para analfabetos ou semi-alfabetizados, para aquelas funções que exigem menor qualificação. Deve também zelar pelo meio-ambiente, evitando as causas de sua deterioração.
Se cada um fizer um pouco e assumir seu papel cooperativo dentro de nossa sociedade, Nova Friburgo poderá vir a ser um exemplo para os demais municípios do país. Por enquanto, pelo que vejo, encontra-se em um estágio de total indefinição quanto ao seu papel.
A resposta para a solução da maior parte dos problemas está numa só palavra: educação, na sua acepção mais ampla. Basta que se leve a sério.
S. Quimas
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