quinta-feira, 18 de junho de 2009

Prefeitura desiste do trem sobre o rio Bengalas e anuncia outro projeto

Comissão de engenheiros concluiu que trem sobre o rio Bengalas é inviável. Novo projeto prevê um trem de superfície.

Depois de quase seis meses de estudo, a comissão de engenheiros da Prefeitura de Nova Friburgo chegou à conclusão de que a construção de um trem suspenso sobre o rio Bengalas - divulgado como o "Trem do futuro" - seria inviável.

Em entrevista exclusiva para o portal in360, o arquiteto responsável pelo projeto, Luiz Cláudio Luz Ferreira contou detalhes da mudança do projeto, que deixará de ser um trem suspenso para ser um trem de superfície, conhecido com VLT (Veículo leve sobre trilho).

Segundo Luiz Cláudio, depois de alguns contatos com engenheiros responsáveis pelo trem suspenso de Wuppertal, na Alemanha, eles perceberam que o custo seria muito elevado e que a disposição de peças no mercado é praticamente nula. Apenas uma empresa Européia fabrica peças de reposição somente para esse monotrilho, em Wuppertal.

Além do alto custo e da impossibilidade de encontrar peças, o estilo de trem suspenso não acabaria com os problemas no trânsito friburguense, já que por viagem os quatro vagões só poderiam comportar 180 pessoas, o que seria inviável, já que é alto o fluxo de passageiros na rota estabelecida - Conselheiro Paulino x Olaria, os bairros mais populosos da cidade.
Já o VLT seria construído por uma empresa brasileira, dentro dos padrões nacionais de trens urbanos, o que facilitaria seu financiamento pelo BNDS.

Ainda segundo o arquiteto, a estação principal seria a atual prefeitura da cidade, e, ao longo do percurso, seriam construídas pequenas paradas para embarque e desembarque. Apesar de ser construído na superfície, o trem teria trechos elevados, onde há maior concentração de carros, como em Duas Pedras e Paissandú. Ao todo seriam 9 quilômetros de percurso e o trem poderia transportar até 180 passageiros em cada um dos seus 4 vagões.

Sobre a desapropriação das casas que margeiam o Rio Bengalas, Luiz Claudio afirmou, que serão necessárias sim algumas desapropriações, mas em número bem menor do que previa o projeto do trem suspenso.

Uma outra grande mudança seria na rota dos ônibus. No trajeto do trem não haveria a circulação de ônibus, que ficaria restrita apenas aos bairros. Os ônibus fariam integração juntamente com o trem, através da bilhetagem eletrônica. Luiz, acredita que o sistema não ocasionará desemprego, apesar da extinção dessas linhas.

O custo estimado do projeto é de 35 milhões de reais por quilômetro, no total, seriam 315 milhões de reais de investimento. Os recursos seriam levantados com o Ministério das Cidades, e com a empresa responsável por explorar o serviço. Ainda não há nenhuma parceria fechada.

A próxima etapa é terminar o estudo final do traçado e elaborar o edital de licitação ferroviária e de construção civil. Depois viria o planejamento da obra, que deve ser iniciada somente em Julho de 2010. Luiz Claudio acredita que até o final do governo, em 2012, um trecho do projeto já esteja concluído.

Portal in360

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