segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ahmadinejad no Brasil












Cerca de 800 pessoas estiveram no domingo (22) na Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro para protestar contra a vinda ao Brasil do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. A passeata reuniu de manhã diversos grupos judaicos e de movimentos de defesa dos negros, dos direitos das mulheres, homossexuais, além da União Cigana e de um integrante da Sociedade Beneficente de Desenvolvimento Islâmico.

Em frente ao Palácio do Itamaraty hoje (23), um grupo de manifestantes reclamou da visita do iraniano ao Brasil, e principalmente do diálogo mantido com o presidente Lula após as polêmicas declarações de Ahmadinejad sobre o holocausto, homossexualismo e armas nucleares.

Lula disse estar feliz por receber, em um espaço de 15 dias, três nomes influentes do Oriente Médio: o presidente de Israel, Shimon Peres, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e agora, Ahmadinejad. "Isso mostra a diversidade das relações internacionais do Brasil, e com todos eu vou conversar sobre a paz", afirmou Lula.

A ministra-chefe da Casa Civil do Brasil, Dilma Rousseff, também afirmou que a presença do presidente iraniano está dentro do contexto de fortalecimento do Brasil no plano mundial, que o tornou um ator mais requisitado nos fóruns globais.

Serra: Ahmadinejad é ditador e visita é desconfortável

Em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira, José Serra (PSDB) diz que a visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil é "desconfortável" e "indesejável". O governador de São Paulo chama o líder iraniano de ditador que foi "reconduzido ao poder por eleições notoriamente fraudulentas".

"Uma coisa são relações diplomáticas com ditaduras, outra é hospedar em casa os seus chefes", diz o tucano. Segundo Serra, os opositores ao governo Ahmadinejad são presos, torturados, sexualmente violentados e, algumas vezes, condenados à morte "em julgamentos monstros que lembram os processos estalinistas.

"Democracia e direitos humanos são indivisíveis e devem ser defendidos em qualquer parte do mundo. É incoerente proceder como se esses valores perdessem importância na razão direta do afastamento geográfico", disse.


Para entender melhor a polêmica sobre a visita do Presidente do Irão ao Brasil, conheça um pouco mais sobre Ahmadinejad:

Mahmoud Ahmadinejad era uma figura obscura quando se tornou prefeito de Teerã em 2003, e não era sequer uma personalidade muito conhecida quando ganhou as eleições presidenciais de 2005.

Sua chegada ao poder, com uma esmagadora vitória em 2005, surpreendeu a comunidade internacional, que previa a reeleição do então presidente, Ali Akbar Hashemi Rafsanjani.

Desde então, Ahmadinejad construiu uma reputação internacional marcada por sua retórica agressiva contra o Ocidente.

Ahmadinejad causou indignação na comunidade internacional por suas opiniões sobre Israel. Ele pediu o fim de Israel, que segundo ele, deveria ser "varrido do mapa". E disse que o Holocausto é um "mito".

Ahmadinejad também persegue homossexuais. Na entrevista à TV Globo, declarou que "o homossexualismo não é normal", é "uma ameaça à sobrevivência da humanidade". Jovens homossexuais são punidos com a sentença de pena de morte, através do enforcamento.

Além de perseguir homossexuais, o presidente do Irã dsicrimina as mulheres e o cerceamento da liberdade de expressão e de pensamento, também defende o programa nuclear iraniano: "Vamos prosseguir com nosso caminho dentro do marco da Agência Internacional de Energia Atômica AIEA", declarou, ao mesmo tempo que pediu o "desarmamento nuclear global".

Ainda há pouco, em solo brasileiro, Ahmadinejad declarou: "O governo do Irã e o governo do Brasil, incluídos eu e meu bom amigo presidente Lula, estamos procurando construir um mundo distante da hostilidade. Um mundo onde não haja ocupações ou guerra, um mundo distanciado das discriminações".







Alguém dúvida?

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