Após cinco adiamentos, o Plenário do Senado finalmente aprovou, nesta terça-feira (15), por 35 votos a 27, o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul (PDS 430/08). A matéria vai à promulgação. O texto do acordo, firmado em Caracas em 4 de julho de 2006 pelos presidentes dos países do Mercosul, ainda precisa ser aprovado pelo Congresso do Paraguai.
O placar apertado expressou a polêmica em torno do tema gerado especialmente pelas críticas à postura antidemocrática do governante da Venezuela, Hugo Chávez.
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) apresentou argumentos políticos e econômicos para justificar a posição contrária à adesão, como havia feito na última semana. Em sua avaliação, além de violar a cláusula democrática do Mercosul ao cercear a liberdade de imprensa, por exemplo, Chávez poderia colocar em risco um bloco econômico "já agonizante".
José Agripino, líder dos Democratas, disse temer que, com a entrada da Venezuela, o mercado comum possa "se dissolver pelo isolamento". Ele observou que Chávez inibiu a oposição parlamentar e obteve, assim, maioria no Congresso para garantir aprovação dos projetos de seu interesse.
Por sua vez, o líder do PCdoB, Inácio Arruda (CE), disse considerar a data "histórica", já que a adesão da Venezuela representaria mais democracia e mais liberdade para a América Latina.
Aloizio Mercadante (SP), líder do PT, observou que "o isolamento político não resolve os problemas entre as nações".
Agência Senado
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