Artigo publicado na revista britânica "The Economist" destacou nesta quinta (07) o impasse no governo do presidente Lula com o Plano Nacional de Direitos Humanos, que prevê a criação da Comissão da Verdade para investigar crimes, torturas e desaparecimentos durante o regime militar (1964-1985).
No artigo, a revista destaca que o presidente Lula "pareceu ser ligeiro em recuar" depois que os comandantes do Exército, general Enzo Martins Peri, e da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, ameaçaram se demitir, caso o governo não revogasse alguns trechos do plano.
A revista lembra ainda que o ministro Paulo Vanucchi (Direitos Humanos), um dos responsáveis pela elaboração do plano, estava entre os "guerrilheiros" que na década de 70 lutou contra o regime militar e que agora tenta abrir os arquivos da ditadura. Outra "guerrilheira" lembrada pela revista é a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata à Presidência da República.
"Tudo isso acirrou o antagonismo dos militares, cuja versão da história sustenta que eles salvaram o Brasil de uma ameaça comunista. Algumas fontes do Exército dizem que aceitariam uma comissão, mas apenas se investigasse também os militantes de esquerda. Isso pareceu ser uma referência a Dilma Rousseff, alegadamente a candidata de Lula para a eleição presidencial deste ano e que nos anos 70 era uma ativista de extrema esquerda", diz a revista.
O artigo também ressalta que "fontes militares deixaram vazar neste mês" a um jornal brasileiro a informação de que os jatos franceses que o Lula quer comprar tiveram mau desempenho em uma revisão ténica feita pela Aeronáutica.
Jobim se irritou com o vazamento sobre a compra dos caças e decretou silêncio.
A Folha de São Paulo
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