A enxurrada que devastou áreas inteiras em Petrópolis, Nova Friburgo e Teresópolis levou também parte de uma geração. Um levantamento preliminar feito pelo GLOBO mostra que cerca de 32% dos mortos da Região Serrana eram menores de idade. O mais novo deles tinha apenas cinco dias de vida, e morreu soterrado em Friburgo.
A tragédia atingiu com maior força os moradores na faixa etária de 18 a 64 anos, justamente aqueles que formam a base de mão-de-obra das cidades. Do total, 59% dos mortos estavam nesse grupo. Os idosos, ou seja, aqueles com mais de 65 anos, somam 10% das vítimas. O mais velho deles, com 90 anos, morreu também em Friburgo.
Na avaliação da professora de economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Hildete Pereira de Melo, os percentuais refletem mais ou menos a distribuição demográfica no Brasil, mas o número de crianças e adolescentes mortos sugere um dado já conhecido dos pesquisadores, e diz respeito ao acesso a métodos contraceptivos.
- A meu ver, o número de crianças e jovens indica que estamos falando de mulheres de baixa renda, com pouca escolaridade. Esse grupo tem menos acesso a métodos contraceptivos e tem, na média, mais crianças que uma mulher de classe média e com escolaridade mais elevada.
Em Nova Friburgo, morreram mais homens (56%) do que mulheres (44%). A cidade registra também o maior percentual de vítimas com menos de 12 anos (23%). A média de idade supera as outras cidades (Teresópolis e Petrópolis): 34,7 anos.
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