domingo, 2 de janeiro de 2011

Itália pode retaliar Brasil com veto a acordo militar

O Brasil poderá sofrer a primeira consequência diplomática por ter decidido não extraditar o terrorista italiano Cesare Battisti daqui a menos de duas semanas.

No próximo dia 11, o Parlamento italiano deve votar a aprovação de um acordo de cooperação militar firmado entre Brasil e Itália que prevê o desenvolvimento de projetos para a construção de navios de patrulha oceânica, fragatas e embarcações de apoio logístico.

Esse é o último passo para que a negociação possa sair do papel. Em recente entrevista à imprensa italiana, o ministro da Defesa, Ignazio La Russa, afirmou que tudo o que o governo italiano podia fazer em relação ao acordo há havia sido feito e que o "resto cabe ao Parlamento".

Antes mesmo da decisão oficial de manter Battisti, ele disse que "ninguém deveria imaginar que um 'não' à extradição de Cesare Battisti não teria consequências". "Eu consideraria isso um grande dano às relações bilaterais", completou.

Ao fechar a negociação, em junho de 2010, o ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, afirmou que a parceira intensificaria "as relações com a Itália, de forma a estabelecer entendimentos em diversos setores, tanto na área de Defesa, como nas de ambiente e de cultura"

Boa parte das críticas à decisão do Brasil de manter Cesare Battisti no Brasil saíram de parlamentares que, agora, terão de analisar o acordo militar em questão.

A decisão do governo brasileiro de mantê-lo no Brasil fez com que a Itália chamasse de volta seu embaixador no Brasil, ato que representa o primeiro sinal de um possível rompimento diplomático entre dois países.

Autoridades brasileiras acreditam que a reação da Itália, contudo, não deve passar disso. Consideram que uma possível retaliação do governo italiano poderia ser um "tiro no pé", já que existem diversos pedidos de extradição feitos pela Itália para o Brasil e que, normalmente, são concedidos.

Além disso, o caso ainda precisará passar por nova análise do Supremo Tribunal Federal, antes que Battisti seja posto em liberdade.

Existe a chance, portanto, de o tribunal novamente anular o ato de Lula, caso venha a considerá-lo ilegal

Folha.com

Opinião do TNF: Lugar de bandido é na cadeia, seja aqui no Brasil ou em qualquer outra parte do mundo!

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