terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Desvio recorde de recursos em 2011 confirma inexistência da faxina ética de Dilma


O deputado Rogério Marinho (RN) atribuiu o recorde de recursos públicos desviados no ano passado e constatados pela Polícia Federal ao aumento de casos de corrupção no governo federal e ao fortalecimento do trabalho das instituições de fiscalização. Na avaliação do tucano, a propagada faxina ética da presidente Dilma ficou apenas no discurso. Como recorda, as demissões de ministros envolvidos em escândalos ocorreram por causa de denúncias feitas pela imprensa, quando deveriam partir de atuação firme do Planalto contra as fraudes.

De acordo com a “Folha de S.Paulo”, operações da PF flagraram desvio de R$ 3,2 bilhões em 2011, dinheiro que teria alimentado o pagamento de propina a funcionários públicos, empresários e políticos. O valor corresponde ao dobro do apurado em 2010 (R$ 1,5 bilhão) e 15 vezes mais do que a quantia verificada em 2009 (R$ 219 milhões). O total de servidores presos saltou de 124, em 2010, para 225.

O parlamentar acredita que, sem punição, agentes públicos pouco se importam com a verba do contribuinte que vai para o ralo da corrupção. “Por um lado, há mais eficiência do aparelho policial em função das novas tecnologias. Em contrapartida, há um aumento vigoroso dos desmandos nos órgãos federais. A máquina está cheia de vícios e defeitos.”

Para Marinho, as irregularidades na esfera federal já eram conhecidas. “Mas nada foi feito em nome desse presidencialismo de coalizão, que preserva os acordos para garantir a governabilidade ao invés de corrigir as distorções”, disse.  Ele afirma que o Brasil precisa de uma “sacudida ética e republicana”.

Conforme a reportagem, os números estão em relatório produzido a partir apenas das operações. Segundo a PF, trata-se do valor provado nas investigações, que são repassadas para o Ministério Público tentar reaver a quantia. Em 2011, o órgão produziu seu primeiro manual de desvios de recursos, distribuído para as sedes estaduais. A “Folha” diz que, nas próximas semanas, será criada unidade específica, em Brasília, de Repressão a Desvios de Verbas Públicas.

Operação Paraíso Fiscal


→ Em 2011, a Operação Paraíso Fiscal da PF realizou a maior apreensão de dinheiro da história das investigações no Brasil: o equivalente a R$ 13,7 milhões foi encontrado nas casas de auditores da Receita Federal em Osasco (SP).


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Reportagem: Djan Moreno

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