quarta-feira, 14 de março de 2012

Renúncia de Ricardo Teixeira foi tardia e contaminou imagem do País

Ao comentar no Plenário a renúncia do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o Líder do PSDB, Alvaro Dias, lamentou que o dirigente tivesse postergado esta decisão por mais tempo do que deveria, expondo o País a ter sua imagem internacional contaminada pela noção de que aqui existe um “paraíso da impunidade”. Ricardo Teixeira, de 64 anos, renunciou à confederação que controla o futebol nacional e também deixou o COL (Comitê Organizador Local da Copa-2014), faltando cerca de dois anos para a realização do Mundial.

O senador tucano disse acreditar que a renúncia de Ricardo Teixeira se deu muito mais em resposta à pressão externa que interna, já que, no Brasil, ele obteve apoio de dirigentes e autoridades do governo, que chegaram a apelar para que ele continuasse dirigindo a CBF. Alvaro Dias lembrou que em 2001 presidiu a CPI do Futebol, que investigou diversas irregularidades envolvendo o presidente da CBF, e naquela época já se tinha conhecimento das denúncias que levaram Teixeira a renunciar, 10 anos depois.

Foram, no mínimo, dez anos de impunidade, pelo menos desde o encerramento da CPI do Futebol, que presidi. Houve o indiciamento, o Ministério Público acolheu as denúncias da CPI, propôs ações criminais que tramitam até hoje na Justiça Federal. Em dez anos de impunidade, de conivência, de cumplicidade, utilizando-se ardilosamente do poder econômico e político que a CBF tem, o Sr. Ricardo Teixeira cooptou autoridades do Legislativo, do Executivo e do Judiciário e, especialmente, dirigentes de clubes e de federações, para permanecer durante 23 anos comandando o futebol brasileiro, como se não existissem pessoas competentes neste País para o exercício dessa missão”, afirmou Alvaro Dias.

O Líder do PSDB recordou que foi a CPI do Futebol que revelou a existência de uma offshore denominada Sanud, que estabelecia triangulação de recursos contando ainda com ISL e Ricardo Teixeira.

Como decorrência desses fatos revelados pela CPI, houve uma ação na Justiça suíça, que esconde detalhes ainda não conhecidos pela opinião pública tanto da Europa quanto do Brasil. Há uma batalha judicial: de um lado, a BBC de Londres tenta a revelação dessas informações; de outro lado, os interessados dificultam a transparência. Enfim, como decorrência daquela CPI, esses fatos tornaram-se públicos no Brasil e, mais recentemente, na Europa, em razão dos procedimentos adotados na Justiça da Suíça”, explicou o Líder do PSDB.

Como forma de garantir a lisura no uso do dinheiro público destinado ao empreendimento, o senador Alvaro Dias sugeriu que o governo brasileiro influencie no processo de escolha do novo diretor do Comitê Organizador da Copa do Mundo. Para ele, como a maior parte das verbas destinadas à competição tem origem privada, o governo precisa assumir a sua responsabilidade na condução do projeto Copa.

Apenas 8,8% das verbas destinadas à Copa do Mundo têm origem privada. O povo está pagando pela organização da competição, portanto, a responsabilidade é do governo, que deveria influir na indicação de um nome que possa estabelecer uma parceria não promiscua como essa que se instalou para a organização da Copa”, ressaltou o senador, que lembrou a apresentação de requerimento de informações ao Ministério dos Esportes sobre todos os compromissos assumidos pelo governo para a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

Confira o vídeo:


Assessoria de Comunicação da Liderança do PSDB no Senado

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