sábado, 25 de maio de 2013

Estupro social

A onda de estupros no Rio é algo difícil de conceber. Como se não bastasse toda a violência que vivenciamos em décadas, agora, 2013, um crime bárbaro como esse vem crescendo a passos largos na luz do dia, numa afronta inaceitável. Da mesma forma em que recuperamos territórios dominados pelo tráfico devemos a qualquer custo frear, ou melhor, eliminar esses crimes o mais rápido possível. Mais que a violência física e moral o estupro é social.

Segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP-RJ), somente neste primeiro trimestre, já foram registrados mais de 1500 casos de estupro. Foi em ônibus, van, na rua e até em templos religiosos. A realidade é que vem crescendo o número de vítimas que, além de lesões corporais que machucam o corpo, sofrem com um golpe na alma.

Cada mulher, vítima de um ato cruel desse, levará para toda a vida a dor de ter sido invadida em sua dignidade. Carregará a mágoa da violência gratuita contra a sua pureza. A auto-estima cai no chão. A repulsa se enraíza nas entranhas e reverter esse quadro só com muita fé e determinação. O psicológico abalado luta contra a lembrança de momentos agonizantes, marcas que jamais se apagarão.

Qualquer prática criminosa tem que ser combatida. Obviamente, não há o bom crime ou um crime melhor do que o outro, pois todos levam para um estado de choque momentâneo e traumatizante. Mas estupro é algo do que há de mais sórdido, inescrupuloso e selvagem do ser humano enquanto animal. Aliás, qualquer animal pode ser considerado superior a um indivíduo que pratica um estupro. A sociedade exige que as autoridades façam esses canalhas sentirem o peso de uma mão pesada, de punição severa e impiedosa.

Texto do advogado Marcos Espínola, sugerido por Ana Araújo

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