O senador Alvaro Dias anunciou, na audiência para debater a
situação das obras da Copa do Mundo e o seu legado para o país, realizada na
terça-feira (11) na Comissão de Educação, que irá apresentar projeto nomeando o
Tribunal de Contas da União como o principal responsável pela fiscalização dos
recursos empregados em grandes eventos no Brasil. Para o senador, é
“lamentável” constatar-se que o TCU não está fiscalizando a obra do Estádio
Nacional de Brasília, a mais cara desta Copa do Mundo, pelo fato de os recursos
utilizados terem saído dos cofres do Governo do Distrito Federal.
“Um dos casos
mais emblemáticos de aumento exponencial do gasto com uma obra de estádio de
futebol para esta Copa é o do Mané Garrincha, em Brasília. E é lamentável que o
TCU não esteja fazendo a fiscalização nesta obra cujo custo deve chegar aos R$
2 bilhões, transformando o estádio no maior monumento ao desperdício do
dinheiro público em uma cidade onde a violência explodiu e a saúde pública
desapareceu. Por isso pretendo apresentar um projeto para que caiba ao TCU a
responsabilidade pela fiscalização de grandes eventos no país, independente da
origem dos recursos, como, por exemplo, o caso do estádio de Brasília que
contou com recursos do caixa do GDF, mas que são formados por transferências do
Tesouro Nacional”, afirmou o senador.
O RDC, que era exceção, passou a ser regra
Aos convidados da audiência, o senador Alvaro Dias fez
questionamentos a respeito da fiscalização sobre o uso, nas obras para a Copa,
do chamado Regime Diferenciado de Contratações (RDC). Este instrumento foi
instituído por lei pelo governo para obras ligadas à realização da Copa das Confederações,
Copa do Mundo e Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, mas já foi estendida
para diversas outras modalidades de intervenções. Alvaro Dias lembrou que
entrou com ação no Supremo Tribunal Federal para que fosse julgada a
constitucionalidade desta medida, mas a Adin ainda não entrou em pauta no
Plenário.
“O governo criou um instrumento para facilitar a realização de obras
relacionadas à Copa de 2014. O tal Regime Diferenciado de Contratações passou a
liberar os contratos das exigências de controle que evitariam o aumento dos
custos. Contestamos essa medida, e respaldados em declaração da Procuradoria
Geral da República, de que este RDC afronta a Constituição, impetramos uma Ação
Direta de Inconstitucionalidade no Supremo. A nossa Adin, entretanto, ainda não
foi julgada. A Copa irá se realizar e as obras com regime especial de licitação
serão finalizadas, mas infelizmente a Adin ficará nos escaninhos do STF”,
concluiu o senador Alvaro Dias.
“Esta é a Copa da pilhagem do dinheiro da população brasileira”
Para o senador Alvaro Dias, “esta é a Copa da pilhagem do
dinheiro da população brasileira”. Segundo o senador, o País está diante de um
“monumental escândalo de corrupção e um histórico superfaturamento de obras”
para a realização da Copa.
O senador, na audiência, afirmou que o governo e o
Congresso não podem querer adotar “postura de avestruz, escondendo a cabeça
para não enxergar a realidade do superfaturamento nas obras que estão sendo
realizadas”. Alvaro Dias disse ainda que qualquer pesquisa que for encomendada
mostrará que a maioria esmagadora da população entende que “o dinheiro do povo
brasileiro está sendo pilhado para viabilizar esta competição”.

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