Não são apenas os ministros que confundem o público e o
privado quando o assunto é viagens. O termo “escalas técnicas” tem sido
utilizado pelo governo federal para as paradas de Dilma durante viagens
internacionais em locais que podem não estar programados e fora da agenda
oficial. Em janeiro, o jornal “O Estado de S. Paulo” noticiou que e presidente
e a comitiva que a acompanhava no Fórum Econômico de Davos, na Suíça, passou o
sábado em Lisboa sem divulgar a estada em
agenda oficial. Ela se hospedou no hotel Ritz, um dos mais caros da
capital portuguesa, cuja diária na suíte presidencial tem custo estimado em
cerca de R$ 26 mil. O resto do grupo teria ficado em dois hotéis, ocupando 45
quartos.
Mas a recente passagem por Portugal foi mais uma entre
outras tantas. Situação semelhante ocorreu em 2012. Ao voltar da Índia, Dilma
aproveitou um pouso técnico na Sicília para almoçar com ministros. Fez o mesmo
na Espanha, um pouco antes, e chegou a fazer check-in em um hotel em Granada,
mas desistiu de dormir na cidade. As “paradas técnicas” coincidentemente ocorrem em cidades que possuem pontos
turísticos conhecidos mundialmente.
As escolhas feitas pelo governo em viagens oficiais também
são questionáveis. É o caso da ida de Dilma para acompanhar a posse do Papa
Francisco em 2013. Apesar do conforto oferecido pela Embaixada do Brasil em
Roma, a petista também preferiu hotel de luxo, que reservou nada menos que 52
quartos para a imensa comitiva. Resultado: R$ 324 mil gastos em três dias. Em
dezembro de 2011, em visita a Paris, Dilma ficou no hotel Briston, um dos mais
caros da capital francesa.
A petista parece se inspirar em seu antecessor, que também
não se importava com a gastança. Indiciada pela Polícia Federal por
envolvimento em um esquema de tráfico de influência e venda de pareceres
técnicos no governo federal, a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo
Rosemary Nóvoa de Noronha, a Rose, era presença constante nas comitivas
presidenciais durante os dois mandatos de Lula. Para se ter uma ideia, ela
conheceu, ao lado do ex-presidente, 24 países entre 2003 e 2010, como revelou
levantamento da ONG Contas Abertas.

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