A cobrança de impostos, contribuições e taxas federais em
medicamentos para uso humano podem ser eliminadas caso seja aprovada a Proposta
de Emenda à Constituição (PEC 386/14) apresentada nesta semana pelo deputado Duarte Nogueira (SP). De acordo
com o parlamentar, o Brasil está acima dos demais países em incidência de
impostos sobre os medicamentos. A carga média tributária sobre estes é de
33,9%, conforme dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e
Drogarias (Abrafarma).
Na proposta, Duarte cita exemplos de países como EUA,
México, Inglaterra e Japão, onde o imposto é zero. Em Portugal é de 4,7%; na
França, 2,1%; na Itália, 3,9% e na Espanha, 3,8%. “Nós apresentamos essa
proposta como forma de reduzir a carga tributaria sobre os remédios, gênero de
primeiríssima necessidade. Se aprovada, essa emenda vai reduzir o preço dos
remédios para a população. Espero que a matéria possa ser bem discutida”,
explicou o tucano ao ressaltar a importância do tema.
Da carga tributária elevada sobre os remédios, Duarte
destaca que o Imposto sobre Circulação de mercadorias e Serviços (ICMS) é o que
mais pesa no bolso do consumidor. Em média, a alíquota média alcança de
17,5%. Em comparação aos remédios de uso
veterinário, a tributação é de 14,3%. O tucano considera um tanto absurdo. “Tem
incidência tributária menor do que os de uso humano, o que não deixa de ser uma
coisa bastante perplexa. Portanto, apresentamos essa PEC no sentido de abrir
essa discussão e, ao mesmo tempo, chamar a atenção da sociedade, em especial do
Parlamento, fórum adequado para fazer esse tipo de debate”, avaliou.
Isentar os medicamentos de impostos significa, segundo o
tucano, aumentar o acesso à medicação e ao tratamento. Para ele, isso
diminuiria as complicações, aumentando a expectativa de vida. Já os remédios
mais caros acabam gerando mais internações, demandando mais recursos do poder
público na assistência à saúde. “Se medicamentos para pecuária incidem menos
impostos, se foi possível reduzir impostos para a indústria automobilística,
eletrodomésticos e outros, por que não fazê-lo com os medicamentos de uso
humano?”, questionou. A PEC será analisada pela CCJ e por comissão especial
antes de seguir para o Plenário da Câmara.
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Reportagem: Edjalma Borges

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