Em seu novo artigo intitulado " Voz do eleitor", o advogado criminalista Marcos Espínola. comenta
sobre o início das campanhas eleitorais e a expectativa dos eleitores, que já
estão saturados do modelo de política assistencialista e partidária, que ainda
predomina.
Nesta semana as campanhas eleitorais começaram pra valer.
Com o horário eleitoral gratuito, cada candidato tem a possibilidade de se
apresentar ao eleitor. Normalmente, o discurso é baseado em dois pilares: críticas
aos adversários e promessas e soluções para os problemas de sempre. No entanto,
em tempos de pós-manifestações, recheadas de indignações, o que a população
quer mesmo é objetividade e transparência em temas centrais como saúde,
educação e segurança.
Em verdade, a população brasileira, obviamente incluindo
cariocas e fluminenses, está saturada desse modelo de política assistencialista
e partidária, no qual ainda predominam práticas arcaicas de barganhas. Vão
desde a troca de voto por dentadura até cargos de confiança em órgãos
governamentais, além dos gabinetes. Tudo isso somado aos sucessivos escândalos
de corrupção e desvio de dinheiro em todos os escalões e de todas as esferas
(municipal, estadual e federal).
Podemos dizer que essa certa má vontade com a classe
política brasileira reflete toda a frustração e decepção de cidadãos de bem e
trabalhadores. Indivíduos esperançosos por um país melhor, mas que amargam por
décadas o descaso das autoridades. Pessoas que acompanham bem próximo a
degradação dos instrumentos públicos, como hospitais e escolas. Famílias
inteiras destruídas precocemente, carregando na pele as marcas da violência.
Boa parte delas foi atingida pelo mal das drogas, por balas
perdidas ou se tornou vítima do poder de traficantes. Boa parcela dessa
população é privada dos seus direitos básicos de cidadania, e se engana quem
pensar que esses são apenas os moradores de áreas carentes. Toda a sociedade,
independentemente de classe social, de uma forma ou de outra, faz parte dessa
estatística.
Diante desse cenário delicado, a população do Rio de Janeiro
almeja dias melhores. Não podemos viver o caos, transitando em regiões
consideradas verdadeiros barris de pólvoras e outras conhecidas como Faixa de
Gaza. É inaceitável que a cidade que se orgulhou em sediar jogos da Copa do
Mundo amargue situação precária da saúde pública. Não podemos mais admitir que
diversas crianças não tenham acesso a uma educação de qualidade.
Exigimos propostas concretas. Temos o direito de conhecer,
com antecedência, o que pensa e o que pretende cada candidato para essas áreas
primordiais no desenvolvimento de qualquer sociedade. Temos o direito e o dever
de analisar e fazermos a nossa escolha.
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