quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Prefeitura manifesta preocupação com a segurança da população na Praça Getúlio Vargas e volta a explicar motivos do corte e poda das árvores

A Prefeitura Municipal de Nova Friburgo, Região Serrana do Rio, instalou placas na Praça Getúlio Vargas com informações sobre os motivos que a levaram a realizar o corte e poda dos centenários eucaliptos e de outros tipos de árvores plantados pelo paisagista Auguste Marie Glaziou. Atendendo a uma preocupação constante da maioria dos freqüentadores da praça, que desde 2012 manifestam apreensão com a segurança, o prefeito da cidade, Rogério Cabral, decidiu realizar o corte e
poda em consonância com laudo do Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural (IPAHN).

Localizada no centro de Nova Friburgo,  a  Praça Getúlio Vargas  é um dos principais cartões postais da cidade, cujo projeto original é do paisagista e botânico francês Auguste Marie Glaziou.  Desde a sua criação, entretanto, a Praça Getúlio Vargas não recebe tanta atenção quanto a que a atual administração está oferecendo.além de estar projetando revitaliza-la de maneira mais completa, fazendo com que recupere suas características históricas .

E essas ações estão sendo aceleradas devido aos vários transtornos que acontecem e que já aconteceram devido à queda de galhos e de árvores inteiras. Somente para recordar, em 2012 foram registrados diversos quedas de grandes árvores e galhos, que chegaram a ferir pessoas e destruir parte da estrutura da praça, conforme se verifica nas fotos, retiradas do blog Acervo Digital.


Já falei, repito e gostaria que todos entendessem: cortar e podar essas árvores e esses eucaliptos é uma questão de segurança das pessoas que frequentam a praça. Cada árvore que é podada, cada eucalipto que é cortado me corta também o coração, mas há o risco, sim, de uma delas cair em cima de alguém, de uma carro, Há o risco também de  derrubar a rede aérea e deixar a cidade sem energia.

Foto do blog Acervo Digital de Nova Friburgo “A queda de algumas árvores e galhos  no entorno da Praça Getúlio Vargas já deixou duas pessoas feridas,  vários carros, marquises e fachadas de lojas avariados, durante tempestades anteriores, e ainda hoje,  representam  grandes  riscos para quem por ali passa.   Solicitamos  a Prefeitura, ao  Patrimônio Histórico e Cultural, ao IPHAM e aos órgãos competentes que  tomem alguma medida urgente para evitarmos futuras tragédias numa cidade tão maltratada  e esquecida  pelo poder público deste janeiro de 2012”, (fragmento de texto retirado do blog Acervo Digital).

Exemplos de praças históricas revitalizadas

Inúmeros exemplos de praças históricas revitalizadas são encontrados na Internet. Dois deles servem para demonstrar que mudanças nesses casos agradaram.

Na região central de Maceió, a Prefeitura anunciou que ao menos três delas seriam revitalizadas: a Praça dos Palmares, que desde o século XIX era um dos principais pontos de acesso à cidade; a Praça Sinimbu, caminho obrigatório de viajantes que se dirigiam à chamada Boca de Maceió; e a “Praça da Faculdade” (Afrânio Jorge) – que, além do emblemático panteão central destinado a receber os restos mortais de Deodoro e Floriano (que terminaram não sendo transferidos do Rio), tornou-se um dos pontos de encontro para muitas gerações de alagoanos.

O projeto de revitalização inclui, não apenas serviços de infraestrutura, jardinagem, reconstrução de meio fio, iluminação, recuperação de brinquedos e outras obras inclusas no projeto “Boa Praça”, como também a recuperação de marcos históricos dos espaços públicos.
(http://agendaa.tnh1.com.br/vida/estilo-e-design/2335/2014/09/03/tres-pracas-historicas-de-alagoas-sero-revitalizadas-veja-imagens).

Outro exemplo vem do Rio Grande do Sul – A histórica Praça da Alfândega, recentemente revitalizada, no Centro de Porto Alegre

“Pergunte a um porto-alegrense onde fica a Praça Senador Florêncio. Creio que apenas um em cada 100 saberia dar a resposta correta. Agora, pergunte a um porto-alegrense onde fica a Praça da Alfândega. Perto de 100% responderiam que fica no centro histórico de Porto Alegre, entre a Rua dos Andradas (ou Rua da Praia) e a Rua Sete de Setembro, onde todos os anos acontece a Feira do Livro de Porto Alegre.

Embora eu faça parte dos poucos porto-alegrenses que sabem que desde 1881 o seu nome oficial é Praça Senador Florêncio, eu vou chamá-la aqui pelo nome histórico que a consagrou: Praça da Alfândega.

Em torno da Praça da Alfândega estão alguns dos edifícios históricos mais importantes e imponentes de Porto Alegre.

Desde 1955, a Praça da Alfândega tem sido o palco do maior evento cultural de Porto Alegre: a Feira do Livro, que acontece anualmente no mês de outubro.

Recentemente, a Praça da Alfândega passou por uma reforma que procurou resgatar seu formato original. A Praça ficou mais limpa e é um dos primeiros passos de tentar revitalizar o centro de Porto Alegre, que durante muitos anos esteve entregue às favas, aos ratos e aos moradores de rua.” (Rene Hass).

Infelizmente, o corte dos eucaliptos centenários da Praça Getúlio Vargas está gerando vários protestos. Manifestantes afirmam que o corte raso das árvores é uma ação “assassina” e que destrói a história do município. Mas, segundo a prefeitura, um laudo indicou dano nas árvores e o corte é por segurança. A medida foi anunciada no início deste mês, após o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirmar que a manutenção do espaço é de responsabilidade do executivo.

Prefeitura explica ação na praça

Na quarta-feira (28), o prefeito Rogério Cabral realizou uma coletiva de imprensa para falar sobre o assunto e explicou que a prioridade é a segurança das pessoas que passam pelo local. Ele apresentou laudos de todas as árvores cortadas e voltou a afirmar que a medida está baseada em um estudo da Universidade Estácio de Sá, que aponta a necessidade de corte raso de 40 eucaliptos e a poda de outros 44.

Segundo o secretário de Defesa Civil, João Paulo Mori, a Praça Getúlio Vargas possui 160 eucaliptos e se o município seguisse o estudo apresentado pelo Iphan, seriam cortados 102 eucaliptos. “Optamos pelo estudo da Estácio e também realizamos radiografia e perfuração dos eucaliptos. A árvore maior, que foi cortada nesta segunda-feira, apresentava podridão”, disse Mori.

O prefeito apresentou a Proposta de Requalificação Urbano Paisagístico da praça, elaborada pelo Iphan. Segundo o município, o documento foi entregue em outubro de 2013. O valor do projeto é de R$ 8 milhões. A prefeitura afirmou que buscará parcerias com o governo federal ou estadual para iniciar o projeto.

Ainda de acordo com Rogério Cabral, a decisão foi tomada após uma série de acidentes no local que colocaram em risco a vida das pessoas.  “Nós também realizamos uma audiência pública no Teatro Municipal em outubro de 2013. Esse é um assunto que foi muito discutido e já era para ter sido resolvido há anos”, disse Rogério Cabral.

Foto: Claudio Carpi

Um comentário:

obarao7 disse...

Isso é mentira!
A ameaça que o prefeito se refere, são das pessoas que trabalham na Feira de Artesanato, localizada na praça a partir dos anos 80. Esses trabalhadores da feira ficam mais expostos aos acidentes por permanecerem mais tempo sentados nos bancos à sombra dos eucaliptos. As estatísticas comprovam o baixo risco de acidentes com transeuntes. Não seria mais fácil trocar a Feira de lugar?Porém, isso não dá a mesma visibilidade que uma obra. Mas, que obra ele quer fazer? A praça, com seus eucaliptos tombados pelo IPHAM, é viva e presente na vida e imaginários friburguenses. Mas será que o executivo sabe o que isso significa? Teremos uma praça mutilada, superfaturada, bem ao prazer do monopólio dos vendedores de palmeiras?!