Há cinco anos eram 29 mil pessoas construindo um polo
petroquímico, numa área 44 vezes maior que o Aterro do Flamengo. O projeto
sucumbiu na voragem da má gerência combinada à corrupção. Restam menos de cinco
mil operários no Comperj, em Itaboraí, que fazem manutenção da obra paralisada de
uma refinaria, que já é um dos mais caros empreendimentos da indústria mundial de
petróleo e deverá ser recordista em prejuízos por longo tempo.
Com
82% das obras concluídas e sem prazo para começar a refinar o petróleo do pré-sal, a
Petrobras comprometeu US$ 21,6 bilhões no Comperj.
Mês passado, a companhia expôs ao TCU a dimensão do seu drama em Itaboraí. Retomar a refinaria, com a
perspectiva de inaugurá-la em três anos, resultaria num prejuízo de US$ 14,3
bilhões. Desistir e abandonar esse projeto significaria um custo maior, cujo
cálculo começa na impossibilidade de recuperar US$ 17 bilhões do investimento
já realizado.
O que aconteceu? Atrás de respostas, equipes da Petrobras e
do TCU atravessaram 2014 revisando métodos gerenciais e contas do Comperj. E a conclusão foi que “problemas de planejamento e de coordenação” podem ter
facilitado a corrupção.
A má gerência fermentou a corrupção no Comperj, deixando um
rastro de desemprego e destruição de riqueza em Itaboraí. A visão do estoque
imobiliário encalhado, com shopping centers e mais de três mil imóveis vazios,
dissemina perplexidade entre sindicalistas, corretores, desempregados e
empresários
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