Nascida na cidade pelas mãos da professora e artista
plástica Sandra Sicuro, a ferramenta lúdica feita de artesanato ganhou versão
industrial e está sendo distribuída para todas as Escolas SESI do Rio de
Janeiro
Os alunos da Escola SESI Nova Friburgo comemoram o Dia da
Língua Portuguesa sempre, na rotina de sala de aula, desde que ganharam uma
ferramenta criativa e lúdica que tem como objetivo dinamizar o ofício de
ensinar. O dia 10 de junho, data em homenagem a “Última Flor do Lácio”, como
foi chamado nosso idioma pelo poeta Olavo Bilac, foi escolhida por ser o dia da
morte do também poeta Luiz de Camões, um dos maiores de todos. Mas os pequenos,
que mal conhecem o fatídico motivo da escolha da data, como é que começam a
aprender nossa língua? Dizem que quem conta um conto, aumenta um ponto, mas foi
com muitos pontos de costura que a professora Sandra Sicuro, do SESI, criou o
Cubo de Histórias para tornar ainda mais prazeroso o ensino e a aprendizagem do
quinto idioma mais falado do mundo, segundo a ONU.
A professora desvenda: “a ideia de criar o cubo surgiu
quando eu contava uma história para uma turma e surgiu a dificuldade de segurar
o livro e virar as páginas ao mesmo tempo. Quando contamos uma história para
crianças, todas elas querem ver as ilustrações. Imaginei que com o cubo isso
seria bem mais prático. Seria um suporte mais fácil de ser manuseado e ao mesmo
tempo seria lúdico”. Sandra Sicuro, que é designer gráfica e professora de
artes, trabalha com crianças e adolescentes desde 2000 e integra a equipe da
Escola SESI desde 2004. De forma artesanal, a partir de costura, colagem e
reaproveitamento de materiais, ela criou o Cubo de Histórias. “Quando levei a
peça em sala de aula, a reação das crianças foi surpreendente. Todos queriam
participar e pegar o cubo”, conta.
Forma e cor proporcionam uma experiência sensorial nos
pequenos que já está repercutindo no trabalho de sala de aula de colegas de
Sandra como a professora Flávia Ferreira, que ensina a crianças de 3 anos. “A
gente leva a língua portuguesa até eles através da leitura de imagens. Eu
escrevi uma história baseada em um conto africano, e estou desenhando no Cubo
para que as crianças possam interagir com essas imagens, despertando ainda mais
a criatividade”, explica Flávia, que diz que a ferramenta tornou a contação de
histórias ainda mais prazerosa, pois afinal é como se eles tivessem um
brinquedo nas mãos para contar suas próprias versões das fábulas uns para os
outros.
Em 2012, a professora Sandra inscreveu o projeto no Programa
Atitude Inovadora e conquistou o primeiro lugar na modalidade Equipe Educação
Básica – 2ª etapa da categoria Brinquedos. Dois anos depois, o projeto foi
selecionado para incorporação nas Escolas SESI do Rio, recebendo investimentos
e apoio técnico de especialistas de diferentes áreas do Sistema FIRJAN.
Agora, após aprimoramento do projeto e produção das peças,
50 cubos serão entregues nas Escolas SESI para utilização nas salas de aula. Na
versão final, cada face é formada por encartes plásticos que recebem as partes
impressas de uma das cinco histórias que acompanham o Cubo. Outras, porém,
poderão ser criadas nas próprias escolas, como fez a professora Flávia,
estimulando o gosto pela leitura e a criatividade entre os alunos.
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