Assunto foi pautado no Protocolo de Gestão Responsável dos
Resíduos da Indústria da Confecção, lançamento do Sistema FIRJAN que auxilia as empresas do
setor a reduzir o desperdício de matéria-prima
Uma mesa redonda no último domingo, dia 2, falou sobre
desperdício, competitividade e responsabilidade ambiental em Nova Friburgo. O
debate aconteceu durante a Fevest 2015 - Feira de Moda Íntima, Praia, Fitness e
Matéria-Prima -, que continua até amanhã, dia 4. O assunto foi pautado no
Protocolo de Gestão Responsável dos Resíduos da Indústria da Confecção,
lançamento do Sistema FIRJAN que auxilia as empresas do setor a reduzir o
desperdício de matéria-prima e a gerir de forma inteligente o que precisa ser
descartado.
O protocolo é mais uma ação do Sistema FIRJAN em prol da competitividade
das indústrias de confecção. Adotando as propostas do guia, as empresas podem
aperfeiçoar seus processos produtivos e reduzir, em até 25%, o desperdício. A
redução e o correto descarte dos resíduos da confecção é uma ação
indispensável, que auxilia as empresas a se tornarem mais competitivas e
alinhadas às políticas ambientais vigentes.
Eliane Damasceno, coordenadora de Desenvolvimento de
Projetos da Assessoria de Responsabilidade Social da Federação, destacou a
importância do protocolo para Nova Friburgo. A cidade, como todas as outras do
país, deve se adequar ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos, política que passa
para o município a responsabilidade de fiscalizar o descarte correto do que
sobra da produção industrial. “O documento é para ser lido, discutido e
contextualizado pela empresa. Da gerência ao colaborador que trabalha
diretamente na produção, é importante que todos estejam alinhados sobre a
maneira correta de produzir para evitar ao máximo o desperdício”.
A empresária Nelci Layola Porto, diretora da Lucitex,
empresa de moda íntima que participou como parceira do Sistema FIRJAN no
diagnóstico que resultou no protocolo, ressaltou a importância da total
compreensão dos processos industriais. “Do recebimento da matéria-prima,
passando pela concepção do produto, é possível se planejar para que cada
detalhe do processo promova a redução do descarte”. Nelci conta que pensar uma
família de peças que permita um melhor encaixe otimiza o corte e reduz a
produção de resíduos.
A empresária destacou também, que a troca de equipamentos
pode se fazer necessária, mas a economia gerada devolve um retorno financeiro
para a empresa que pode superar os gastos. De acordo com ela, durante a
parceria com a Federação foi possível perceber oportunidades de negócios dentro
do próprio polo, pois um resto de tecido que na empresa dela seria descartado
pode ser matéria-prima para uma peça inteira em outra indústria, como por
exemplo, para a fabricação de lingeries eróticas que utilizam pouco tecido na
produção de um artigo.
Também participaram da mesa redonda Alan Marqui, analista
ambiental da Empresa Brasileira de Meio Ambiente (EBMA); Eduardo Korkes, da H3
Polímeros; Vasco Loureiro, da Sapeka de Moda Intima; e Francisco Biazini, da
RedeResíduo.
O protocolo
Em 2010, o Polo de Moda Íntima de Nova Friburgo, considerado
o maior em produção de lingerie do país, era responsável pelo descarte de 120
toneladas de resíduos sólidos por mês. Estimativas baseadas no volume de peças
produzidas em 2013 apontam que esse número está próximo de 285 toneladas
mensais.
A iniciativa de lançar o protocolo foi criada a partir do
projeto Tecnologia Socioambiental de Descarte Responsável dos Resíduos da
Indústria da Confecção, vencedor do Edital SENAI SESI de Inovação em 2012. Esse
trabalho envolveu especialistas de diversas áreas do Sistema FIRJAN - como
Assessoria de Responsabilidade Social, Gerência de Desenvolvimento Setorial, e
Centro de Tecnologia SENAI Ambiental -, em parceria com técnicos do SENAI CETIQT
e profissionais da empresa Lucitex, referência em moda íntima em Nova Friburgo.
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