domingo, 20 de dezembro de 2015

Sobretudo de fibra de vidro e top que vira vestido são destaques em desfile no SENAI Espaço da Moda

As criações dos alunos foram inspiradas na década de 1960 e somaram tecnologia ao retrô com materiais inusitados e funcionais

 Um sobretudo feito de tecido de fibra de vidro, por cima de uma peça praia no melhor do estilo “bond girl” abriu um desfile na última quarta-feira (16), no SENAI Espaço da Moda. O evento foi trabalho de conclusão de curso da turma de qualificação profissional em modelagem. Os alunos foram desafiados a criar peças inspiradas na década de 1960, adicionando a tecnologia dos tecidos funcionais ao retrô em referências do cinema e figuras icônicas da época.

Foram criadas peças de moda praia, fitness e algo mais casual classificado como “modinha”. A ideia foi fazer sugestões para o Verão 2016 com tecidos tecnológicos que utilizam proteção UV e propriedades antibacterianas.

Quem idealizou o sobretudo foi a aluna Natália Ballot, de 28 anos, que nunca tinha mexido com costura na vida antes de começar a qualificação. Ela conta que foi um desafio costurar a mão a fibra de vidro sobre uma base de algodão cru e que as falhas que iam aparecendo acabaram incorporadas a peça dando um aspecto rústico ao resultado final. A matéria prima pouco usual faz parte da vida da aluna. O pai de Natália trabalha montando paredes de escalada e usa o material no processo. “Nós tínhamos a proposta da inovação e da preservação ambiental, então acabei descobrindo um novo uso para a fibra de vidro que também faz parte da minha história”, ela relata.


Já Bruno Nova, responsável pelo vestido que vira top, tem 26 anos e estuda muda desde 2011. Bruno vem de família de confeccionistas e era tatuador, trocou a tinta pelos tecidos. Ele conta que a proposta era criar uma peça funcional que pudesse ser utilizada em mais de um tipo de ambiente durante um mesmo dia. Priorizou a praticidade de precisa sair do trabalho direto para a academia, por exemplo. “Usei referências da década, como recortes retos e básicos, bem definidos, botões que sustentam o compartimento onde fica alojada a saia do vestido quando não está sendo usado, e uma transparência sutil no recorte da frente e nas costas feita em tecido Mesh Light”, explica Bruno.


A professora do SENAI, Livia Moreno, conta que os alunos modelaram as peças baseados nas medidas das modelos. “Eles foram incentivados a ousar pondo em prática o que aprenderam durante o curso e acompanhando tendências e orientações específicas como o retrato de uma época”, explica a professora.

Uma das metodologias utilizadas no processo de ensino do SENAI são os Projetos Integradores. A proposta é unir alunos de diferentes cursos e desafiá-los a criar soluções inovadoras para provocações da vida real. No caso dessa turma, o trabalho final se traduziu em um desfile completo com direito a DJ e fotografia. O curso de qualificação em modelagem tem 240 horas distribuídas em cerca de seis meses de duração.

Referências

O sobretudo de tecido de fibra de vidro, que vai por cima de uma peça praia, remete a atmosfera dos filmes do James Bond. Outra inspiração foi um dos cem nomes mais influentes da história da moda, eleita pela revista TIME, Brigitte Bardot, atriz francesa que foi sexy simbol da década de 1960. O clássico do cinema, Bonequinha de Luxo, também foi uma das referências. Estrelado por Audrey Hepburn em 1961, foi divisor de águas no universo da moda com o famoso vestidinho preto Givenchy, sapatilhas e pérolas que fizeram da personagem Holly Golightly um ícone de estilo.

Versatilidade também foi uma das apostas dos alunos, como o exemplo vestido que vira top. A minissaia e os vestidos trapézios que foram febre na época também ganharam menção dos alunos. Junto com roupas de malha ajustadas e meias coloridas o estilo ganhou espaço pela figura da modelo, atriz e cantora britânica Lesley Lawson, a Twiggy, considerada uma das primeiras super modelos do mundo.

Nenhum comentário: