Alguns pensadores citaram frases que
nos levam a refletir até hoje. Albert Einstein, por exemplo, disse que “o mundo
é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim,
por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer”. Isso reflete o que
está acontecendo em várias áreas públicas. Já se sabem quais, onde e as
consequências dos problemas, mas a omissão permanece, resultando no sofrimento
de milhares de pessoas.
E mesmo diante de uma situação que já
era trágica, o governo do Estado do Rio, no início do ano passado anunciou
cortes de R$ 2,6 bilhões no orçamento de todas as secretarias, inclusive as
consideradas prioritárias. A estimativa na Educação, por exemplo, era de uma
perda de mais de meio bilhão, na de Saúde cerca de R4 400 milhões e na de
Segurança R$ 85,5 milhões. A principal consequência não poderia ser outra,
senão o sofrimento da população que fica desassistida.
Na saúde, em pleno avanço dos casos de
microcefalia, causados pelo Zika vírus em gestantes, os recursos para a saúde
estão cada vez mais limitados. Aliás, a Organização Mundial de Saúde e a
Organização Pan-Americana de Saúde emitiram alerta mundial sobre o Zika vírus
que tem provocado preocupação pela sua associação com outras doenças, como a
própria microcefalia e sua possível relação com a síndrome de Guillain-Barré,
doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca parte
do próprio sistema nervoso por engano.
A justificativa é que o panorama
fiscal no Rio mudou por conta da desaceleração da economia, afetando a
arrecadação do ICMS, e a queda no preço do barril de petróleo, impactando o
repasse de royalties. A dívida nessa área é de R$ 1,4 bilhão e, segundo o
secretário, os cortes são necessários para adaptar a rede de saúde à nova
realidade financeira do estado. Mas não seria o Estado que deveria adaptar suas
finanças para atender a demanda da população que depende da saúde pública?
Citando outras duas frases, Martin
Luther King disse que “a injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em
todo o lugar”. E é isso. Somos vítimas desse efeito dominó da má gestão pública
no Brasil. O povo é injustiçado e, como dizia Ruy Barbosa, “Não há nada mais
relevante para a vida social que a formação do sentimento da justiça”. Algo
impossível hoje num Brasil injusto e que nem entrega uma formação básica de
qualidade.
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