Muito se ouviu falar, durante a última campanha eleitoral,
no IPAMC – Instituto de Pensões e Aposentadorias do Município de Cordeiro. A
maioria das abordagens fazia referência à difícil situação financeira do órgão,
mas ninguém apresentou a verdadeira realidade, pois foi mais fácil jogar a
culpa na atual administração, já que antigos gestores estavam envolvidos no
pleito e não seria oportuno dizer que eles estão diretamente relacionados com o
problema.
Em primeiro lugar é importante citar que a atual
administração está pagando parcelamentos de débitos passados, um deles gerado
em razão de gastos com despesas administrativas nos anos de 2008 e 2009. Outro
relativo a contribuições previdenciárias não repassadas no período de novembro
de 2014 a junho de 2015. Vale registrar também que de maio de 2007 a maio de
2008 não foram recolhidas as contribuições patronais, os 13% obrigatórios do
empregador, o que gerou lei e parcelamento pago de 2009 a 2012.
Quanto à utilização dos recursos que estavam no caixa do
instituto, eles passaram a ser usados para cobrir os gastos com a folha de
pagamento dos aposentados e pensionistas, já que a prefeitura não teve como
realizar essa cobertura extra em razão da grave crise financeira e da
diminuição dos repasses estaduais e federais, além de outros compromissos
importantes como a intervenção no Hospital Antonio Castro.
Até dezembro de 2012, o IPAMC arrecadava mais do que pagava,
mas depois de ações judiciais movidas por servidores, que culminaram com o
pagamento de maiores salários, passou a dar prejuízo. É importante explicar que
os servidores que moveram as ações judiciais, a maioria professores,
contribuíram a vida toda sobre tetos mínimos e passaram a receber
aposentadorias que chegam a diferenças anuais de mais de 80 mil reais a mais do
que recebiam.
A folha de
pagamento, que era de cerca de R$ 300 mil em 2013, hoje está acima de R$ 500
mil. Se as correções tivessem sido feitas no início do problema, a situação não
estaria tão crítica. Usando a linguagem popular, é possível dizer que outros
gestores empurraram com a barriga e a bomba estourou no colo do prefeito
Leandro Monteiro.
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