O Sistema FIRJAN alerta para a gravidade da decisão da
Justiça do Rio de Janeiro de, atendendo a ação do Ministério Público, suspender
a concessão, ampliação ou renovação de incentivos fiscais pelo Governo
estadual. Isto representa o risco de um novo ciclo de esvaziamento econômico no
Estado, como ocorreu nos anos 1980.
Há um grande equívoco em apontar uma renúncia fiscal de R$
151 bilhões de 2010 a 2015. Na verdade, esse valor é o total dos incentivos, o
que inclui postergação ou adiamento do recolhimento do ICMS, ou seja, valores
que o Estado recebe posteriormente.
A renúncia fiscal é a menor parte dos incentivos. No período
mencionado, segundo a secretaria estadual de Fazenda, somou R$ 33 bilhões.
Desse montante 70% correspondem a incentivos dentro do Confaz, aplicados por
todos os estados.
A política estadual de incentivos fiscais é da maior
importância para a indústria, considerando que o Rio de Janeiro cobra o ICMS
mais elevado do Brasil e está em desvantagem frente a outros estados.
Esta política resultou em importantes investimentos
industriais, geração de empregos e de renda.
Nos últimos anos, se instalaram 231 indústrias no interior fluminense.
Foram gerados quase 100 mil empregos. E a arrecadação de ICMS nas cidades que
receberam esses empreendimentos mais que dobrou.
Para os próximos três anos, estão previstos investimentos de
R$ 42 bilhões no Estado. Ou seja, mais do que a renúncia fiscal de 2010 a 2015.
Irregularidades alegadas pelo MP devem ser tratadas caso a
caso. E não podem servir de pretexto para a proibição de uma política de
estímulo a empreendimentos.
A suspensão de incentivos provoca insegurança jurídica,
desestimula investimentos e pode levar à saída de indústrias para outros
estados, aumentando o desemprego no Rio de Janeiro.
A conta não será paga apenas pela indústria, mas por toda a
sociedade fluminense.
Um comentário:
O maior problema do RJ é mesmo de gestão. E poucos estão dispostos a abrir mão de seus privilégios corporativistas dentro do Poder Público. Aliás, como disse o dep. Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) em seu artigo A pergunta que não quer calar: existe governo no Rio?,
"Se o governador reconhece que não sabe gerir a coisa pública, precisa ir embora. A renúncia existe para isso, para aqueles que verificam que não são do ramo, que não têm capacidade para tal, e, portanto, tomam o caminho de casa."
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