Os hospitais e postos do Sistema Único de Saúde (SUS) têm
seis meses para incorporar o medicamento de prevenção do HIV, a chamada
Profilaxia Pré-Exposição (PrEp). A medida foi publicada nesta segunda-feira
(29) no Diário Oficial da União (DOU).
Com a nova medida, o Brasil se torna o primeiro país da
América Latina a utilizar essa estratégia de prevenção como política de saúde
pública. Inicialmente, a estratégia será implantada em 12 cidades e será
expandida para todo o País
A Anvisa também liberou o registro para o uso do medicamento
na pré-exposição. As primeiras cidades a oferecer o medicamento serão: Porto
Alegre; Curitiba; São Paulo; Rio de Janeiro; Belo Horizonte, Fortaleza, Recife,
Manaus, Brasília, Florianópolis, Salvador e Ribeirão Preto.
Recomendações
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, desde 2012,
a oferta da pré-exposição para casais soro diferentes, gays; homens que fazem
sexo com homens; profissionais do sexo e pessoas transgêneros (travestis e
transexuais), consideradas populações-chaves.
No primeiro ano de implantação da PrEP, cerca de 7 mil
pessoas que fazem parte das populações-chave, devem ser beneficiadas. O fato de
fazer parte desses grupos, não é o único critério para indicação da PrEP. Para
utilizar a medicação será necessária uma avaliação da vulnerabilidade do
paciente, de acordo com comportamento sexual e outros contextos de vida.
A PrEP é de uso contínuo, ou seja, o usuário precisa tomar o
comprimido diariamente para ficar protegido do HIV, sendo que a proteção se
inicia a partir do 7º dia para exposição por relação anal e a partir do 20º dia
para exposição por relação vaginal. É importante destacar que a PrEP só será
indicada após testagem do paciente para HIV, uma vez que é contraindicada para
pessoas já infectadas pelo vírus. Isso porque a PrEP pode causar resistência ao
tratamento.
Prevenção combinada
A PrEP insere-se como uma estratégia adicional dentro de um
conjunto de ações preventivas como forma de potencializar a proteção contra o
HIV. A prevenção combinada inclui: testagem regular; profilaxia pós-exposição
ao HIV (PEP); teste durante o pré-natal e tratamento da gestante que vive com o
vírus; redução de danos para uso de drogas; testagem e tratamento de outras
infecções sexualmente transmissíveis (IST) e das hepatites virais; uso de
preservativo masculino e feminino, além do tratamento para todas as pessoas.
HIV no Brasil
De acordo último boletim do Ministério da Saúde, 827 mil
pessoas vivem com HIV/Aids no País. Desse total, 372 mil ainda não estão em
tratamento, sendo que 260 mil já sabem que estão infectadas e 112 mil pessoas
não sabem que têm o vírus.
A Aids no Brasil é considerada estabilizada, com taxa de
detecção em torno de 19,1 casos a cada 100 mil habitantes. Isso representa
cerca de 40 mil casos novos ao ano. Desde o surgimento da Aids, o País vem
tomando posição de vanguarda na oferta de tratamento e assistência às pessoas
que vivem com o vírus, no âmbito do SUS. O Brasil foi um dos primeiros países
do mundo a oferecer o acesso ao tratamento de forma integral e universal desde
meados dos anos 1990.
De janeiro a outubro do ano passado, 34 mil novas pessoas
com HIV e aids entraram em tratamento pelo SUS. Atualmente, são 498 mil pessoas
em tratamento segundo dados de dezembro de 2016.
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