terça-feira, 20 de junho de 2017

MPF denuncia Cabral e Adriana Ancelmo por lavagem de R$ 4,5 milhões em joias

Nova denúncia da força-tarefa Lava Jato no Rio de Janeiro acusou Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo, além dos assessores Luiz Carlos Bezerra e Carlos Miranda, por lavagem de dinheiro cometidos com a compra de joias em espécie, sem nota fiscal ou certificação nominal, revelados após a celebração de acordo de colaboração premiada. A denúncia foi apresentada na última sexta-feira (16).

Por cinco vezes, os acusados adquiriam joias e pedras preciosas – avaliadas no valor total de R$ 4,5 milhões – com propósito de ocultarem ou dissimular a origem de dinheiro derivado de crimes praticados pela organização criminosa. Os atos ocorreram nos dias: 17/09/2009, 05/04/2013, 14/06/2013, 03/12/2013 e 22/08/2014.

A finalidade da organização criminosa era converter o dinheiro recebido a título de propina em ativo lícito e também para ocultar o real proprietário do bem. As aquisições eram feitas com o propósito indisfarçável de lavar o dinheiro sujo angariado pela organização criminosa, com pagamentos em espécie, por intermédio de terceiros, ou compensando valores de outras joias, sem emissão de notas fiscais e sem emissão de certificado nominal da joia”, explicam os procuradores da Lava Jato.

O dinheiro sujo era oriundo de propinas pagas por empreiteiras entre os anos de 2007 e 2014, em contratos para obras do metrô, reforma do Maracanã, PAC das Favelas e do Arco Metropolitano. O cometimento de crime de lavagem de dinheiro com a compra de joias já foi objeto de duas outras denúncias oferecidas em decorrência das denominadas operações Calicute e Eficiência.

Lavagem de dinheiro - Para ocultar e dissimular a origem, natureza, localização, movimentação e disposição dos valores, Cabral e Adriana Ancelmo escolhiam e compravam as joias e os operadores financeiros Carlos Miranda e Carlos Bezerra entregavam o dinheiro correspondente às peças adquiridas, as quais eram vendidas invariavelmente sem a emissão de notas fiscais.

A denúncia é também desdobramento das operações Calicute e Eficiência, cujo escopo foi dar continuidade ao desbaratamento da organização criminosa, articulada pelo ex-governador Sérgio Cabral, responsável pela prática de crimes de corrupção e lavagem de capitais envolvendo contratos para realização de obras públicas pelo Estado do Rio de Janeiro. 

Outras denúncias poderão ainda ser apresentadas à Justiça no desenrolar das investigações.

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