O governo publicou medida provisória no último dia 15 para o
atendimento de estrangeiros que chegam ao Brasil fugindo da crise no país
vizinho, a Venezuela. Estima-se que mais de 40 mil venezuelanos estejam abrigados apenas em
Boa Vista. A capital e a cidade fronteiriça de Pacaraima vivem um colapso nos
serviços públicos devido à crescente demanda. O estado continua recebendo pelo
menos 350 imigrantes por dia.
Desde que os problemas na Venezuela começaram a afetar o
estado de Roraima, a deputada tucana Shéridan tem cobrado ações na Câmara, visitado ministérios e
exigido a presença do governo federal.
Como ressalta a deputada, Roraima tem uma economia frágil
(menor PIB do país) e a menor população dentre todos os estados brasileiros. Os
serviços públicos ficaram sobrecarregados desde que os venezuelanos começaram a
chegar. O único hospital de média e alta complexidade tem 50% de sua capacidade
atendendo aos estrangeiros. A segurança está em colapso. Criminosos se
aproveitam para entrar no país, promover assaltos e voltar à Venezuela impunes.
Pessoas se submetem a situações desumanas em troca de comida. Trabalho escravo,
prostituição e exploração infantil são algumas delas.
Desde 2015, a entrada de venezuelanos no estado se
intensificou pela fronteira em Pacaraima. Eles chegam ao Brasil, principalmente
em busca de comida, remédios e atendimento médico. Na Venezuela, a escassez de
itens básicos de alimentação e medicamentos tem provocado doenças e aumentado a
violência. A perseguição política é mais um entre os problemas.
No final de 2016, o governo estadual decretou situação de
emergência na capital e em Pacaraima. Shéridan lamenta que apenas neste mês uma
comitiva de ministros tenha ido ao estado anunciar providências. Dias depois, o
presidente Michel Temer também esteve em Boa Vista. Ele assinou a Medida
Provisória determinando ajuda ao estado. Homens da Força Nacional chegaram em
Roraima na semana passada.
Segundo Shéridan, as ações que começaram a ser tomadas vão
ajudar nesse sentido. A deputada afirma que a autorização do visto humanitário
também vai dar mais condições aos migrantes de se manter no Brasil, buscando
emprego, inclusive em outras regiões. A interiorização dos venezuelanos é um
dos objetivos do governo federal. Outras cidades, como Manaus e São Paulo, vão
começar a receber os estrangeiros.
Pesquisa realizada por universidades venezuelanas divulgada
na última semana mostra que, com a escassez de alimentos e a maior superinflação do
mundo, nove em cada dez venezuelanos vivem abaixo da linha da pobreza, e mais
da metade deles estão no patamar da pobreza extrema. Os venezuelanos perderam
em média 11 quilos em 2017. Seis em cada dez admitem já terem ido dormir com
fome por falta de comida. O levantamento foi feito com 6.168 famílias em todo o
país.
“Lá, eles não têm a menor condição de vida. Por isso vemos
situações no nosso estado como inúmeras meninas, à luz do dia, se prostituindo.
É um colapso social que Roraima também vive por causa da crise política que a
Venezuela submete aos seus e os faz vir buscar sobrevivência em nosso país”,
ressalta Shéridan, que defendeu ainda a presença da ONU no estado.
O Blog aproveita a oportunidade e pergunta: Cadê as ONGs, os políticos brasileiros e os artistas que tanto ocuparam as midias sociais para saudar e defender o ditador Maduro?
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