sábado, 17 de novembro de 2018

CREMERJ reage ao tweet de deputada petista

No dia 15 de novembro, a deputada petista Benedita da Silva publicou em seu twitter uma crítica ao fim do Programa Mais Médicos no Brasil, seguido de uma charge, que dava a entender que os médicos brasileiros são mercenários.


O fato causou revolta do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio, que emitiu uma nota de repúdio à deputada. Confira:

O CREMERJ vem por meio desta nota repudiar a mensagem publicada no Twitter da deputada Benedita da Silva, na qual, de forma generalizada e totalmente descabida, chama os médicos brasileiros de mercenários.

O CREMERJ não é contra a presença de médicos cubanos, desde que eles sejam submetidos à prova de validação curricular, que é um ato adotado por todos os países do mundo. Entendemos que nesse momento, no qual o governo cubano resolveu encerrar sua participação no Programa Mais Médicos unilateralmente, cabe ao governo brasileiro a criação de um plano de carreira para os médicos, de modo estimulá-los a ocupar as vagas que estão sendo abandonadas.

O CREMERJ reafirma que existem médicos em quantidade suficiente para atender a essa demanda.

Cabe ressaltar que, no começo do programa Mais Médicos, houve uma dificuldade inexplicada até o momento para que médicos brasileiros pudessem se inscrever.

Por isso, o CREMERJ acaba de criar um espaço no site para que os médicos possam se cadastrar e se inscrever no programa sem qualquer tipo de dificuldade.

Entendemos que este momento seja adequado para criarmos soluções definitivas.

Completados cinco anos desde que o programa teve início, infelizmente, não foi observada melhora nos indicadores de mortalidade infantil e e mortalidade por doenças em geral que possa ser atribuída ao programa.

Temos a certeza de que com um plano de carreira e as condições adequadas para a boa prática da medicina, não haverá de faltar médicos para atender a população.

Vale o questionamento: Quando ela, ou alguém da sua família, precisa de um médico, recorre aos profissionais de Cuba ou aos 'mercenários' brasileiros?

Um comentário:

Unknown disse...

A Ilustre Deputada Benedita da Silva mostra total ignorância ao se referir aos médicos brasileiros como “mercenários”.

Não sabe o que disse, nem pra quem disse, nem de quem disse e nem disse de que se arrependeu.

Mas para melhorar sua cultura, vejamos o que é mercenário.


Mercenário, (do latim mercenarius,a,um - de merce = comércio) é o nome pelo qual é chamado aquele que trabalha por soldo ou pagamento. O termo designa, especificamente, os que lutam objetivando o pagamento ou a divisão dos despojos, sem ideais ou fidelidade a um estado ou nação. Aquele que trabalha apenas por interesse financeiro, por dinheiro ou algo que represente vantagens. É o soldado alugado, que recebe a paga por um serviço contratado, geralmente por valor superior ao de mercado.



Outrora, as forças mercenárias ganharam notoriedade e na Idade Média, formando tropas que, a serviço dos príncipes participaram dos muitos conflitos na Ásia e Europa. Nos tempos de paz, entretanto, estes guerreiros tornavam-se bandidos, à margem da lei por não terem outra ocupação e constituindo-se em problema social que os governantes enfrentavam enviando-os para combates em frentes de batalhas distantes.
Hoje a maioria dos mercenários presta serviço à empresas militares privadas, sem que seja possível na maioria dos casos, distingui-los pelos trajes, documentação ou armamento, dos combatentes junto aos quais são alocados por seus empregadores contratantes. Sejam estes combatentes, junto aos quais trabalharão, membros de um exército regular, de uma força rebelde/guerrilheira, de um grupo político (milicianos ou não) de situação, oposição, ou de uma organização terrorista.
Fazem parte das modernas equipes dessas empresas de mercenários (incluindo suas terceirizadas), não apenas especialistas nos ofícios militar e policial, mas também gerentes dos mais diversos setores, engenheiros especializados em armamentos, diversos especialistas nas áreas de marketing, mídia, relações públicas e computação, além de tradutores, pilotos, motoristas, técnicos que conheçam profundamente logística ou transmissão via satélite, entre vários outros tipos de profissionais, inclusive médicos. Tal modelo de negócios, teve impulso em especial a partir da década de 1990, após o fim da Guerra Fria.

Se a nobre deputada, por mínimo respingo de cultura tivesse lido “O Príncipe” de Maquiavel, saberia o que significa mercenário.
Maquiavel, em sua obra fez uma análise das forças de aluguel a serviço do governante. Para ele, o príncipe deve procurar constituir tropas próprias, sendo um risco mesmo em caso de vitória.
“ Digo, pois, que as armas com as quais um príncipe defende o seu Estado, ou são suas próprias ou são mercenárias, ou auxiliares ou mistas. As mercenárias e as auxiliares são inúteis e perigosas e, se alguém tem o seu Estado apoiado nas tropas mercenárias, jamais estará firme e seguro, porque elas são desunidas, ambiciosas, indisciplinadas, infiéis; galhardas entre os amigos, vis entre os inimigos; não têm temor a Deus e não têm fé nos homens, e tanto se adia a ruína, quanto se transfere o assalto; na paz se é espoliado por elas, na guerra, pelos inimigos. A razão disto é que elas não têm outro amor nem outra razão que as mantenha em campo, a não ser um pouco de soldo, o qual não é suficiente para fazer com que queiram morrer por ti. Querem muito ser teus soldados enquanto não estás em guerra, mas, quando esta surge, querem fugir ou ir embora”.



Numa analogia com a situação atual do Brasil, no que diz respeito ao “Programa Mais Médicos”, envolvendo Brasil e Cuba, basta substituir os soldados por médicos.
- Quais foram os mercenários? Quem alugou uma força mercenária a quem? Quem recebeu vantagens? Quem contratou? Quem deixou de pagar imposto de renda? Quem sem o menor compromisso, descumpriu unilateralmente o contrato, retirando-se do campo de trabalho, agindo sem fidelidade ao pagador?
Pergunta à ex “Presidenta” Dilma, talvez ela tenha lido Maquiavel antes de contratar essa força de trabalho Cubana.