Dentre as empresas investigadas com atuação internacional,
estão gigantes com faturamento superior ao da Petrobras, como Vitol, Trafigura
e Glencore. Há suspeitas de que, entre 2011 e 2014, essas três empresas
efetuaram pagamentos de propinas para intermediários e funcionários da
Petrobras nos montantes, respectivamente, de US$ 5,1, US$ 6,1 e US$ 4,1 milhões
, relacionadas a mais de 160 operações de compra e venda de derivados de
petróleo e aluguel de tanques para estocagem. Além dessas empresas, outras
trading companies ainda continuam sendo investigadas por suspeitas de pagamento
de propinas para funcionários da Petrobras.
As provas apontam que havia um esquema em que empresas
investigadas pagavam propinas a funcionários da Petrobras para obter
facilidades, conseguir preços mais vantajosos e realizar contratos com maior
frequência. Esses negócios diziam respeito à compra e venda (trading) no
mercado internacional de óleos combustíveis (produtos utilizados para geração
de energia térmica em fornos e caldeiras), gasóleo de vácuo (produto
intermediário utilizado na produção de gasolina e diesel), bunker (combustível
utilizado nos motores de navio) e asfalto.
Os subornos beneficiavam funcionários da gerência executiva
de Marketing e Comercialização, subordinada à diretoria de Abastecimento. As
operações de trading e de locação que subsidiaram os esquemas de corrupção
foram conduzidas pelo escritório da Petrobras em Houston, no estado do Texas, EUA,
e pelo centro de operações no Rio de Janeiro.
Esta fase da Lava Jato é resultado do aprofundamento das
investigações decorrentes da 44ª fase da operação. Trata-se de nova vertente de
apuração em franca expansão.
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