Diversas queixas e solicitações foram lançadas em pauta, como falta de respeito do poder público, sede própria, aumento da subvenção.
O candidato à Prefeitura de Nova Friburgo nessas eleições de 2012, Jorge Carvalho (PT do B) participou de uma reunião com os presidentes das Escolas de Samba e Blocos de Enredo de Nova Friburgo, na sede do Bloco Unidos do Imperador, no Alto de Olaria, na quinta-feira, 02 de agosto.
O convite feito pelo presidente da Liga das Escolas de Samba e Blocos de Enredo, Luiz Carlos Teixeira, teve a intenção de saber sobre o carnaval 2013, a posição de Jorge Carvalho acerca das agremiações e do carnaval de Nova Friburgo, sobretudo em relação a sua estrutura.
De acordo com Jorge Carvalho, uma boa administração pública começa quando se ouve a comunidade. “O carnaval de Nova Friburgo tem uma tradição que poucas cidades no Brasil têm. Por isso, precisa ser tratado com a devida importância na história da cidade. Temos histórias centenárias, e não podemos tratar o Carnaval de forma amadora, mas sim profissional. Não adianta eu falar para vocês fazerem o carnaval só com o coração. Isso não pode ser. Vocês precisam ser profissionais para que cada agremiação faça bonito na avenida. Porém, sem recursos financeiros o carnaval não acontece. Então qual é a função do poder público: atrapalhar o mínimo possível. Por isso eu quero saber o que vocês precisam para que possamos fazer o carnaval de Nova Friburgo o melhor do interior do estado”, declarou.
Luiz Carlos Teixeira, em companhia de Nelson Cunha, Maurício Duarte, Peter, Robson Pombel, Renato da Vilage, José Carlos da Alunão, Antonio Carlos, Luzia, Gilcéia, levantou uma questão que intriga a todos: “Nós sabemos que a subvenção que vem para as agremiações é pouca para se fazer um carnaval. Cada um, tenho certeza, gasta três ou quatro vezes mais do que os 40 mil atuais. O que esperamos do poder público é respeito. Hoje não temos respeito nenhum”, desabafou.
A doação de uma sede também foi tocado pelos diretores. “Uma solicitação antiga é uma sede. É uma coisa que pleiteamos há muitos anos. A Folia de Reis tem. Nós fazemos o maior espetáculo e quem ganha o retorno é a prefeitura. Já pedimos um contato com o prefeito e nada até agora. O que ganhamos no final, um troféu. Não temos direito de arena. Queremos estrutura e, aí, tenho certeza de que faremos sempre o melhor”, falou Luiz Carlos.
Jorge Carvalho disse que o projeto principal dentro de seu programa de governo é organizar o quadro funcional da prefeitura. “Enquanto ele não estiver organizado não vamos conseguir apresentar serviço. Pretendo reduzir para 10 o número de secretarias, hoje em atuais 32, com duas subprefeituras: uma em Conselheiro Paulino e outra em Olaria. Quando se fala em carnaval, a gente pensa em fevereiro, embora ele comece após a quarta-feira de cinzas. Quero montar uma estrutura que funcione como um calendário de eventos. Temos de trabalhar o ano todo. Vamos criar um departamento do carnaval para cuidar disso o ano todo. O espaço que vocês têm, o poder público tem que usar. Será que não podemos utilizá-lo para criar escolas profissionalizantes do carnaval? A subvenção tem que ser um complemento? Por que as bandas de música são centenárias? Porque tem projeto de escola de música”, aponta Jorge Carvalho.
Num clima de inteira interação, os diretores concordaram de forma unânime com Jorge Carvalho, avalizando Luiz Carlos ao levantar que cinco agremiações têm uma sede, como três blocos também. “Se em cada uma tivesse um curso profissionalizante isso seria fabuloso, pois tiraria as crianças da rua”, afirmou.
Jorge Carvalho explica que o poder público poderia passar mais recursos para as agremiações ao se criar essa justificativa de cursos profissionalizantes, por exemplo. “A Educação tem que gastar 25% dos recursos e não gasta isso. Esse tipo de convênio é uma atitude educacional, ao invés de completar esses recursos com aluguel de imóveis para creches, podem-se criar cursos de corte e costura, de soldador e melhorar os investimentos da Educação”.
Em meio a uma conversa de idéias, Renato da Vilage lembrou um triste fato para aqueles trabalham e amam o carnaval: “já ouvimos muita conversa de que o carnaval traz prejuízo para Nova Friburgo. Estou cansado de ouvir isso. Até um secretário municipal disse que o carnaval não trazia turista para Nova Friburgo. Há muito tempo atrás discutíamos subvenção com os prefeitos. De uns anos para cá o discurso é o seguinte: a verba é essa! Se quiser pega”, disse.
Outro questionamento foi a cerca dos disparates entre subvenção gasto com a estrutura, “que é gigante, um milhão de reais”, afirmou Luiz Carlos.
Nelson Cunha também levantou um fato preocupante no meio: “Outra preocupação é se essas idéias e preocupações serão atendidas e como se desenrolarão em longo prazo. Precisamos, também, de garantias de quem assumir, se na hora “H” vai cancelar o Carnaval, até porque já estamos investindo nele e por isso já ter ocorrido há bem pouco tempo, quando uma candidata prometeu e depois deixou todos a ver navios”.
Os desabafos foram se aprofundando a tal ponto, que Luiz Carlos lembrou que até hoje não foi feito muita coisa depois da catástrofe de janeiro de 2011. “Essa enchente que até hoje não fizeram nada. O Córrego Dantas está àquela desordem, como o Três Irmãos. Tem político que não pode nem aparecer nesses locais. Nós estamos escaldados. Queremos realizações”.
Jorge Carvalho retomou a pauta da reunião e levantou um registro que poucos sabem. De que em Nova Friburgo houve a primeira micareta do Brasil, quando a Euterpe pediu autorização ao prefeito. Baseado nisso tudo, fica a pergunta: “Como um prefeito pode dizer que não recebe vocês?”
Luiz Carlos finaliza, dizendo que “é isso que a gente que, entendimento com o poder público, que olhe as agremiações de forma melhor, pois estamos trabalhando para o município”.
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