Deputados do PSDB rechaçaram na segunda-feira (24)
qualquer tentativa de aumento de impostos no país. Os tucanos entendem que não
há clima para se aprovar propostas nesse sentido no Congresso e nem razões para
isso, pois a carga tributária brasileira já é muito alta. Mesmo com os impostos
tendo atingindo 35,42% do PIB em 2014, segundo o IBPT, o governo do PT irá
sugerir aumento de tributos na peça orçamentária de 2016 que deverá ser enviada
ao Legislativo nesta semana.
O artifício, na avaliação dos tucanos, é errado. Os
parlamentares acreditam que aumentar impostos significa sacrificar ainda mais o
cidadão. “Iniciamos a semana com péssimas notícias para a economia e para o
bolso do cidadão brasileiro. Não basta estarmos entre os 30 países que mais
cobram impostos no mundo, o governo brasileiro quer aumentar a arrecadação por
meio de tributos”, criticou Alexandre Baldy (GO).
O deputado Max Filho (ES) comparou a situação atual com a da
época do Brasil colonial, quando a Coroa Portuguesa exigia o pagamento de um
quinto dos minérios extraídos na colônia. “Na época, chamavam aquilo de quinto
dos infernos. Agora já chegamos a quase dois quintos! O povo está vivendo a
serviço do Estado, e não ao contrário, como deveria ser. O Brasil inverteu a
lógica. É um estado pesado, obsoleto, anacrônico”, apontou.
Segundo Max, o Congresso não aprovará medidas que visem
ampliar a cobrança de impostos. “Não há clima para isso. As propostas do ajuste
fiscal já foram aprovadas. Não há espaço mais na economia para se votar aumento
de impostos. O remédio tem que ser em favor do paciente. O aumento de impostos
é um remédio que leva o paciente a óbito”, alertou.
Os parlamentares analisam que o cenário atual já é de alto
peso dos tributos sobre a renda dos trabalhadores. De acordo com o IBPT, a
carga tributária sobre o PIB, que já era alta, cresceu, entre 2013 e 2014, em
0,39 ponto percentual, chegando a 35,42%. Durante o primeiro mandato de Dilma,
houve aumento de 1,66 ponto percentual da carga tributária.
O deputado Caio Narcio (MG) explica que a falta de
planejamento ao longo dos governos petistas levou o país às atuais dificuldades
financeiras. “Aí quando as contas não
fecham encontram como solução passar para o trabalhador pagar mais tributos.
Isso só onera mais o cidadão”, alertou.
O tucano também teme que, com mais impostos, os empregos
sejam reduzidos e um efeito contrário seja produzido na economia, pois o
dinheiro que o cidadão estará pagando de impostos poderia estar sendo utilizado
para investimentos e novos empreendimentos. “Não resolvem o problema. É um
recurso que podia ser para ampliar o ganho salarial do trabalhador”, avaliou.
Para o deputado, o governo prova com essa intenção que as
chamadas “pautas bombas” surgem no Planalto, e não no Congresso, como tem
afirmado a presidente Dilma. Apesar disso, o tucano garante que dificilmente os
congressistas permitam que o propósito do governo tenha êxito. “Não há clima na
Câmara para aumentar impostos. No Brasil, na verdade, não há porque se aumentar
impostos, pois já somos um dos países onde mais se cobram tributos e que menos
presta serviços em contrapartida”, disse. Para Caio, ao invés de ampliar a
tributação o governo deveria dar o exemplo e repensar seus gastos,
reduzindo atual a gigantesca máquina
governamental.
NÚMERO
R$ 1,3 trilhão - É quanto os brasileiros já pagaram em tributos neste ano,
estima o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O montante
foi atingido às 16h desta terça-feira (25). No ano passado, esse valor foi
registrado em 10 de setembro. Com este valor seria possível, por exemplo,
fornecer cestas básicas para toda a população brasileira por 21 meses ou
construir mais de 26 milhões de postos policiais equipados, calcula a ACSP.
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