Ação integrada da secretaria estadual de Agricultura envolve
pesquisa, capacitação, financiamento e assistência técnica
O estímulo à produção de uvas na Região Serrana é uma das
novas frentes da Agricultura fluminense. Para aumentar a produtividade nesta
lavoura e reduzir a importação desta fruta, o Programa Frutificar, da
secretaria estadual de Agricultura, está promovendo uma ação integrada com as
empresas vinculadas Emater-Rio e Pesagro-Rio, o Programa Rio Rural, a Defesa
Agropecuária e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do
Rio de Janeiro (Faperj). Técnicos executores do Frutificar e extensionistas
rurais têm visitado propriedades da Serra para avaliar solos com aptidão
agrícola para implantação da fruticultura e a disponibilidade de energia
elétrica e água de qualidade para o desenvolvimento do projeto de irrigação
econômica.
Em São Sebastião do Alto, a pecuarista Nilcelene Pereira do
Nascimento pretende, pela primeira vez, apostar num cultivo de fruteiras, como
atividade complementar à produção de leite em seu sítio, na microbacia Córrego
dos Índios. “Não é necessário ter experiência prévia na viticultura. O
Frutificar garante treinamento e assistência técnica ao beneficiário durante a
carência do financiamento, sempre respeitando a legislação e as normais
ambientais vigentes”, explicou o engenheiro agrônomo Guilherme de Sá Santos,
gerente de núcleos do programa.
O silvicultor Marcelo Assis de Mello administra uma lavoura
de 600 mil pés de eucalipto na microbacia Quilombo, em Duas Barras. Sua ideia é
introduzir um plantio experimental de 0,5 hectare, onde será possível plantar
mil mudas da variedade Niágara Rosada, uma variedade de uva de mesa que tem
características favoráveis à adaptação ao clima da Região Serrana. “Em áreas
mais quentes, é possível ter duas colheitas anuais a partir do segundo ano após
o plantio. No quinto ano, pode-se a alcançar uma produtividade média de 30
toneladas por hectare”, avaliou Denilson Caetano Leal, técnico agrícola do
Frutificar.
Já o apicultor Dalton Gripp, de Nova Friburgo, resolveu
apostar na diversificação em dezembro do ano passado. Desde então, ele cultiva
pouco mais de 500 pés de uvas das variedades Niágara Rosada e Isabel. “Com
financiamento do Frutificar, quero fazer a proteção da lavoura e montar um
sistema de irrigação por gotejamento, que é bem mais econômico, principalmente
por conta do período de escassez hídrica”, revelou o produtor, que também é
beneficiário dos programas Rio Rural e Prosperar, ambos da secretaria estadual
de Agricultura.
No início de outubro, a Emater-Rio promoveu, em parceria com
a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), um dia
especial sobre viticultura, em Italva (Noroeste) e em São Fidélis (Norte
Fluminense). O evento foi mais um dos desdobramentos do projeto “A fruticultura
como fator de preservação do meio ambiente e geração de renda para a Região
Serrana”, coordenado pelos pesquisadores da Pesagro-Rio, Maria Fernanda Fonseca
e Alcílio Vieira, e financiado pela Faperj.
Nenhum comentário:
Postar um comentário