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| Foto: Paulo Filgueiras |
Em Itaocara, no Noroeste Fluminense, soluções tecnológicas
para a recuperação de uma área degradada (RAD) vêm sendo estudadas por um grupo
de pesquisadores alemães da Universidade de Leipzig com a colaboração de uma empresa
alemã especializada em manejo de solos e paisagens. A unidade de pesquisa
participativa (UPP) é uma das ações do Projeto Integração de Ecotecnologias e
Serviços para o Desenvolvimento Rural Sustentável no Rio de Janeiro (Intecral),
uma cooperação científica bilateral entre o Programa Rio Rural e o governo
alemão, visando a transferência de tecnologias para o campo.
Formada por estudantes de pós-graduação stricto sensu e
professores, a equipe técnica responsável pelo experimento, instalado na
microbacia Valão Santo Antônio, conta ainda com apoio do Núcleo de Pesquisa
Participativa do Rio Rural, do Centro Estadual de Pesquisa e Desenvolvimento da
Pecuária Leiteira da Pesagro-Rio, da Emater-Rio e do agricultor familiar Paulo
César Alves, proprietário do sítio.
Diferentes alternativas vêm sendo testadas para garantir um
uso sustentável da propriedade no futuro. A partir de uma análise por imagem de
satélite, o grupo de trabalho definiu três estágios principais de degradação
dos pastos: leve, médio e grave. O primeiro pode ser recuperado com uma mudança
do manejo. O segundo precisaria de intervenção técnica. Já o terceiro ultrapassa
a viabilidade econômica de uma intervenção e, neste caso, a recomendação seria
o reflorestamento.
Com o objetivo de interromper os processos erosivos, foi
escolhida uma área de estágio médio de degradação, de quase quatro hectares,
para o desenvolvimento de um método de baixo custo e bem-sucedido na Europa
adequado à realidade da microbacia. A contenção está sendo feita através da
prática de “banquetas de mudas”, onde estão plantadas três faixas de mudas
arbóreas no nível da encosta, que consolidam o terreno e favorecem a drenagem
do mesmo.
Parcerias
As 4 mil mudas foram doadas pelo Projeto Replantando Vida,
uma ação ambiental conjunta da Cedae e da Fundação Santa Cabrini, que utiliza
mão de obra de detentos em regimes aberto e semiaberto para o cultivo de
espécies florestais nativas. Além disso, em áreas com solo exposto foi semeado
o capim braquiária, misturado com uma leguminosa como adubo verde para
cobertura viva. “Com a intervenção técnica, queremos cessar os processos de
erosão, especialmente para quebrar a força das águas superficiais e
subterrâneas, e recuperar a capacidade produtiva do local com manejo
sustentável. Estamos testando também o uso de cerca elétricas para interromper
o movimento do gado em trilhas”, explicou o geógrafo Roman Seliger.
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| Foto: Paulo Filgueiras |


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