Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil confirma que,
mesmo em período de crise, estado mantém os principais salários médios do
segmento no país
A concentração de empreendimentos de bens e serviços
criativos no Rio de Janeiro em relação a toda a produção fluminense é,
proporcionalmente, a maior do Brasil. O Rio possui 25 mil empresas que têm a
criatividade como matéria-prima, o que corresponde a 5,5% de todas as empresas
fluminenses. Essa participação é superior à média nacional de 3,7%.
De acordo com a análise especial do “Mapeamento da Indústria
Criativa no Brasil”, produzido pelo Sistema FIRJAN, a indústria criativa
fluminense gerou uma riqueza de R$ 24,1 bilhões, o que corresponde a 15,5% do
PIB criativo brasileiro.
Em relação à remuneração dos trabalhadores do segmento
criativo, o estado do Rio continua mantendo o protagonista no país. O
rendimento médio dos profissionais criativos fluminenses foi de R$ 9.826 em
2015, acima da média nacional (R$ 6.270) e três vezes superior à média do
mercado de trabalho fluminense (R$ 2.882).
O Rio de Janeiro, com 99 mil profissionais atuando na
indústria criativa, apresenta as maiores remunerações médias do país em seis
dos 13 segmentos criativos: P&D (R$ 16.302), Arquitetura (R$ 10.155), Artes
Cênicas (R$ 9.010), TIC (R$ 8.314), Audiovisual (R$ 6.453) e Patrimônio e Artes
(R$ 6.219).
Isso fica evidenciado com a promoção de grandes eventos, como
a Copa do Mundo de futebol e os Jogos Olímpicos, somados a eventos tradicionais
como Carnaval e Rock in Rio. No Rio de
Janeiro, as atividades das áreas de Cultura e Consumo se destacaram entre os
anos de 2013 e 2015.
O segmento Expressões Culturais teve um crescimento de 32,9%
no período, consolidando o crescimento da gastronomia – ratificado pelo
fenômeno da gourmetização e surgimento dos food trucks - e a música. Profissões
como chefes de cozinha e de bar, além de músicos intérpretes instrumentais e
tecnólogos em produção fonográfica registraram aumento de postos de trabalho.
Apresentadores, decoradores de eventos, bailarinos e coreógrafos também
ampliaram vagas no estado.
Nos segmentos Moda e Design, o Rio de Janeiro replica as
tendências do país com o crescimento da contratação de designers de produto
(+54,2%), designers de moda (+28,2%) e perfumistas (+8,5%), confirmando a
valorização de profissões com maior valor agregado. Também se destacaram o
analista de pesquisa de mercado e o visual merchandiser, em Publicidade, com 1
mil novos postos de trabalho.
É importante ressaltar que o Rio de Janeiro continua sendo o
estado com maior concentração relativa aos criativos atuando em Pesquisa e
Desenvolvimento (P&D), fato que se justifica pela ampla concentração de
universidades e múltiplos institutos de pesquisa. No entanto, por conta do
desaquecimento do setor da Construção Civil, a área de Arquitetura apresentou a
maior queda (-17,5%) no período.
Interior fluminense
Mesmo com a capital registrando 70% dos vínculos criativos,
a cidade de Macaé, no Norte fluminense, destaca-se no segmento com 3,7% de toda
a mão de obra local. O município apresenta um perfil profissional criativo
muito específico: 76,4% dos trabalhadores atuam no segmento de P&D, o que
se justifica pela configuração econômica da cidade, amplamente voltada para a
atividade petroleira.
Indústria criativa cresceu 0,1% no país
Conforme a quinta edição do “Mapeamento da Indústria
Criativa no Brasil”, entre 2013 e 2015 a indústria criativa teve um incremento
de 0,1% - avanço considerado relevante diante do encerramento de quase 900 mil
postos no total do mercado de trabalho brasileiro (-1,8%). Como consequência do
aumento de vagas neste período adverso, os criativos aumentaram a sua
participação no mercado, reforçando seu papel estratégico na economia.
O estudo da Federação das Indústrias do Rio avalia a área
sob dois aspectos: mercado de trabalho e produção. Na abordagem sobre o mercado
de trabalho são contemplados os profissionais criativos independente do local
onde atuam, seja em estabelecimentos estritamente criativos, como nas agências
de publicidade, ou em outras atividades econômicas, como os designers nas
indústrias automotivas. Já a ótica da produção mostra o valor gerado pelas
empresas criativas.
Quando comparada à totalidade da economia nacional, a área
também se mostra menos impactada diante do cenário de crise do período
2013-2015. A participação do PIB criativo estimado no Produto Interno Bruto
brasileiro cresceu de 2,56% para 2,64%. Como resultado, a área criativa gerou
uma riqueza de R$ 155,6 bilhões para a economia brasileira em 2015, valor
equivalente à soma dos valores de mercado das marcas Facebook, Zara e L’oreal
reunidas.
Gerente de Indústria Criativa do Sistema FIRJAN, Gabriel
Pinto destaca que em períodos de crise, inovar é essencial. Ele alerta que,
após a recuperação econômica, é essencial que as empresas estejam preparadas e
estruturadas para seguir em frente. “A indústria criativa pode ser essa saída
porque contribui para a geração de negócios, valor e significado. O que nós
queremos é impactar e conectar os elos produtivos e criativos de toda a
cadeia”, explicou.
Todo
o Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil pode ser acessado AQUI
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