As acusações tratam dos atos secretos e de uma gravação que ligaria Sarney a uma dessas decisões não publicadas, de supostas irregularidades na Fundação Sarney, de negócios de um neto do presidente do Senado com crédito consignado, de uma mansão que Sarney teria omitido de sua declaração à justiça eleitoral, de um assessor que teria usado o prestígio junto à Polícia Federal para obter informações privilegiadas para Fernando Sarney e da suposta ocultação de terras pelo presidente do Senado para não pagar tributo.
Todas elas foram arquivadas pelo presidente do Conselho.
Na sessão, os senadores do PT eram visto como “fiel da balança” e decidiram o jogo a favor de Sarney. Em nota, o presidente nacional do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP), já havia pedido que os representantes do PT votassem pelo arquivamento das ações.
O líder do PT no Senado, Aloízio Mercadante (SP), por sua vez, defendia posição contrária. Ele chegou a defender no próprio plenário do Conselho a abertura de investigações sobre os atos secretos. E em face desse posicionamento do partido,o senador fará um pronunciamento nesta tarde para anunciar sua saída da liderança do PT no Senado.
"Ao contrário dos que estão deixando o partido, saio da liderança para disputar, junto à militância, a concepção do PT que eu acredito", complementou o parlamentar no Twitter.
O senador Flávio Arns (PR), que anunciou ontem sua saída do PT, comentou a decisão do parlamentar. "O líder Mercadante disse que está despontado com isso (posição do PT de livrar o Sarney), acha que não é o caminho correto e vai deixar a liderança para que ele volte como militante para tentar recolocar o partido nos rumos onde o partido sempre deveria ter estado", disse.
"Eu fico sem mandato, mas não fico no PT", disse ontem o Senador Flávio Arns.
O parlamentar paranaense se diz envergonhado com a postura dos petistas de livrar em massa José Sarney de qualquer tipo de investigação e diz que a orientação para blindar o presidente do Senado partiu diretamente do gabinete de Lula. "Me sinto envergonhado e não posso compartilhar e dizer que está tudo bem", afirmou. A Presidência da República não comentou as declarações do senador.
O pronunciamento do Senador Flávio Arns no Conselho de Ética, tão logo tenha se encerrado,já estava diponível no site Youtube:
Mas a crise parece ter ido além do Partido dos Trabalhadores.
O senador Mão Santa (PMDB-PI) anunciou nesta quinta-feira que deixa a legenda por não ter mais espaço para concorrer a uma reeleição no ano que vem. De acordo com o parlamentar, o PT "tomou conta" do partido no Piauí, o que inviabilizou sua candidatura para mais oito anos na Casa.
Mão Santa avalia, agora, a filiação ao PPS a fim de conseguir espaço necessário para uma candidatura ao Senado em 2010. O parlamentar se diz amigo pessoal do presidente do partido, Roberto Freire, o que facilitaria seu ingresso na legenda.
Outro peemedebista que analisa a possibilidade de deixar o partido por falta de espaço é o senador Valter Pereira, do Mato Grosso do Sul. Ele se diz incomodado pela indefinição do PMDB local quanto aos critérios que nortearão a escolha dos candidatos ao Senado no ano que vem.
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