PR e DEM juntos nas eleições municipais

Cidade Nova. O nome do bairro encravado entre o Estácio e o Centro do Rio, e que abriga a sede da prefeitura carioca, não poderia ser mais adequado às pretensões do Partido da República e do DEM, siglas que no Rio de Janeiro são lideradas, respectivamente, pelo deputado federal Anthony Garotinho e pelo ex-prefeito do Rio César Maia. Os dois formalizaram na segunda-feira (27) a união entre os dois partidos, visando à disputa das eleições municipais no Rio de Janeiro, em outubro próximo. O evento que selou a coligação entre republicanos e democratas ocorreu no Centro de Convenções Sul-América, na Cidade Nova, e foi marcado pela presença maciça da militância das duas siglas – cerca de 3 mil pessoas estiveram presentes.



Garotinho e César Maia responderam a todas as perguntas referentes ao fato de terem assumido posições divergentes no passado. Em comum, ambos abriram fogo contra o PMDB, o adversário a ser batido nas urnas. O parlamentar republicano e o ex-prefeito não economizaram nas críticas feitas ao governador do Rio, Sérgio Cabral, e ao prefeito carioca, Eduardo Paes.

O encontro contou ainda com as presenças do pré-candidato à Prefeitura do Rio pelo DEM, deputado federal Rodrigo Maia, e da deputada estadual Clarissa Garotinho (PR/RJ), cuja presença na chapa ao lado de Rodrigo ainda é incerta.

Garotinho se disse entusiasmado com a aliança com os democratas e criticou Paes, a quem acusou de ser submisso. “A eleição municipal é muito maior que as divergências que ocorreram no passado”, afirmou o parlamentar republicano, esclarecendo que “se não tivéssemos superado as divergências passadas, não estaríamos aqui”.

Maia adotou um discurso semelhante. “Não há nenhuma dificuldade de superar visões que não são exatamente iguais”, afirmou. O ex-prefeito reconheceu as diferenças ideológicas entre os dois grupos políticos, e acusou os governos Eduardo Paes (PMDB) e Cabral de terem implementado um "processo de intimidação dos mais pobres".

Sem economizar nos adjetivos, Garotinho relacionou Cabral e Paes aos dois aos personagens da novela das oito, “Fina Estampa”, da TV Globo, vividos pelos atores Christiane Torloni e Marcelo Serrado. “O Cabral parece a Tereza Cristina, malvada. E o prefeito só sabe puxar o saco. É o Crô”, comparou o ex-governador fluminense.

A prefeita de Campos, Rosinha Garotinho, afirmou em seu discurso que no passado já estivera ao lado de César Maia no PDT de Leonel Brizola. “Estamos voltando ao passado, a quando começamos juntos, no PDT”, lembrou Rosinha, que detém em sua cidade um índice de popularidade que beira os 90%. “Aqui dentro não há iguais. Às vezes, no caminho, a gente se desvia, pega atalhos, mas os caminhos voltam a se encontrar”, afirmou a ex-governadora, ressaltando a importância da coligação envolvendo o PR e o DEM. “Se um barco afundar, afunda todo mundo. Se navegar, navega todo mundo”, concluiu.

A deputada Clarissa Garotinho exaltou o deputado e provável colega de chapa Rodrigo Maia. Ela afirmou que vem estudando, ao lado de Maia, de forma pontual, alguns dos principais problemas da cidade, como transporte, mobilidade urbana, saúde e educação. Quanto à sua provável indicação para concorrer como vice na chapa encabeçada por Rodrigo Maia, ela explicou que o evento fora convocado para celebrar a coligação das duas legendas. “Trata-se de um desafio”, afirmou.

O secretário-geral do PR fluminense, Fernando Peregrino, também destacou a postura intimidatória do PMDB de Cabral. Ele, que nas eleições majoritárias de 2010, disputou contra Cabral, acusou o governador fluminense de "tentar calar a imprensa e de intimidar os partidos" que esboçam qualquer oposição ao PMDB do Rio. Peregrino teve o seu nome destacado por Garotinho durante o seu discurso. O ex-governador afirmou que deseja vê-lo disputando uma cadeira na Câmara de Vereadores. "O Peregrino teve nas eleições passadas quase 1 milhão de votos. Ele será, sem dúvida, um ótimo puxador de votos da legenda", previu o parlamentar e presidente do PR do Rio.

Blog do Garotinho