quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Pecado e perdão

A vinda do Papa Francisco ao Brasil, realizando sua primeira viagem internacional é histórica para o nosso país, especialmente para o Rio de Janeiro. Mais que a história em si, a vinda do pontífice traz também uma mensagem que vai além da paz e da esperança que por si só a imagem de um papa representa. Francisco traz consigo a simplicidade de um ser humano preocupado no bem coletivo, contrastando com o exemplo dado pelas autoridades que representam o povo brasileiro.

Já na sua chegada à Cidade, o primeiro Papa do Continente Americano, mostrou para o que veio, dispensando certas formalidades e honrarias. Francisco fez questão de ir até onde o povo estava. Depois de mobilizar uma multidão no Centro do Rio, desfilando em carro aberto e sem qualquer cerimônia, foi ao Palácio do Governo cumprir um ritual que mais atende as vaidades das autoridades brasileiras do que sua própria vontade.

Enquanto a nossa presidenta buscava relacionar sua presença com o momento de manifestações populares vividos no país, Francisco, simplesmente, falou da sintonia entre Jesus Cristo, amor e juventude. Um recado claro de que sua missão transcende (e muito) as malícias e oportunismos, práticas enraizadas na classe política brasileira.

Chega a beirar a blasfêmia a presença de certos personagens, como o presidente do Senado, que, diferente da grande massa popular, teve o privilégio de apertar a mão da Santidade. Assistir a presença dele e outra centena de políticos cumprimentando o Papa foi como ver o pecado e o perdão lado a lado. O único problema é que para o perdão ser consumado é preciso arrependimento, palavra fora do dicionário dos políticos brasileiros.

Texto do advogado Marcos Espínola sugerido por Ingrid França

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