“O leilão do campo de Libra enfim se consumou, com um
espetáculo de violência do lado de fora do hotel em que ocorreu a solenidade.
As várias pessoas feridas, os carros incendiados e a violência utilizada contra
manifestantes marcaram tristemente a entrega de um patrimônio extraordinário do
povo brasileiro. Aqueles que nas eleições passadas demonizavam as privatizações
como forma de ganhar votos, agora lançam mão dela em um momento no qual a
Petrobras apresenta uma gestão claudicante”. A afirmação foi feita em plenário,
na segunda-feira (21/10), pelo senador Alvaro Dias (PSDB/PR), instantes após
ter sido divulgado o resultado do leilão do campo de Libra, no Rio de Janeiro.
O vencedor do leilão do campo petrolífero foi o único
consórcio que apresentou proposta, o grupo formado pelas empresas Petrobras,
Shell, Total, CNPC e CNOOC, que pagou o valor mínimo exigido pelo governo. “Uma
decisão tresloucada este leilão, do qual muitas grandes empresas do setor
desistiram. O consórcio vencedor ficou isolado para abiscoitar este patrimônio
extraordinário entregue pelo governo do PT, nesta que é a maior privataria da
história do País”, salientou Alvaro Dias.
Na semana passada, o senador havia reproduzido em plenário
um apelo do ex-diretor da Petrobras, Ildo Sauer, sobre o risco do leilão de
Libra, já que se tratava da maior descoberta do País.
"Exatamente por isso os manifestantes reagiram hoje
diante desse ato oficial do governo, leiloando o pré-sal, leiloando esse
patrimônio extraordinário que se denominou chamar de Libra, o leilão de Libra,
que acaba de ocorrer. Esta é a marca do atual governo: a improvisação e a
ausência de planejamento estratégico. O leilão tem uma importância muito mais
fiscal do que propriamente para a expansão da produção nacional de petróleo. É
um tremendo contrassenso, que ajudou a reduzir o interesse na disputa e,
consequentemente, os ganhos para o País", destacou.
Alvaro Dias disse ainda que o leilão “pegou a Petrobras em
maus lençóis”, já que, desde as primeiras confirmações das descobertas do
pré-sal, o valor de mercado da empresa caiu 34% e seu endividamento deu um
salto triplo, passando de R$49 bilhões para R$176 bilhões.
"Nós
protocolamos 19 representações na Procuradoria-Geral da República para que
fossem investigadas denúncias de superfaturamento, desvios de recursos e
corrupção na Petrobras. Uma delas faz referência à Usina Abreu e Lima, em
Pernambuco. À época, quando tentamos investigar, através da CPI da Petrobras,
avaliamos um superfaturamento da ordem de US$2 bilhões. Mas as projeções
atuais, certamente, elevariam os índices desse superfaturamento. Portanto a
Petrobras, através de uma gestão claudicante, nos últimos anos, produziu
déficit e corrupção”.
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