O governo tentou até onde pode fingir que tudo ia bem com o
setor elétrico, mas um antigo alerta do PSDB e de especialistas da área veio à
tona. O caos na área energética é total e a conta das trapalhadas de Dilma vai
sobrar para o consumidor. Mas isso, é claro, não se dará em ano eleitoral. As
medidas anunciadas na quinta-feira (13) para tentar socorrer o setor terão
um impacto de até 24% nas contas, mas só será cobrado via conta de luz em 2015,
ou seja, após a eleição.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA),
condenou a falta de planejamento do governo, que se orienta apenas pelas
eleições. No início do ano passado, Dilma anunciou redução na tarifa de energia,
fez interferências sem dialogar com o setor, mudou regras, antecipou o fim de
concessões para forçar uma redução e empurrou problemas para frente. Agora, a
bomba explodiu.
“A presidente Dilma,
que foi à televisão anunciar que as contas de luz seriam reduzidas e tentar
faturar eleitoralmente, deveria ir novamente, agora para explicar por que deu
com uma mão e tirou com a outra. E uma esperteza: o aumento será em 2015,
depois das eleições”, disse Imbassahy pelo Facebook.
A conta é resultado de uma somatória de montantes, que o
ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, teima em dizer que não devem ser
somados. Ora, são R$ 9,6 bilhões gastos com geração térmica e compra de energia
no mercado livre no ano passado – isso sem contar com os juros – e mais o gasto
de R$ 12 bilhões previsto para este ano com as mesma medidas e que alguns
acreditam que possam chegar a R$ 18 bilhões.
Para Imbassahy, as medidas “são uma comprovação da absoluta
falta de planejamento de um governo que só se orienta pela bússola eleitoral”.
As mudanças incluem a injeção de R$ 4 bilhões do Tesouro, o que acarretará em
aumento de impostos e nas contas de luz mais caras.
O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) culpa Dilma, a ex-ministra
da Casa Civil Gleisi Hoffmann, e o ministro Edison Lobão pela “tragédia” do
setor elétrico. “Isso se deve à irresponsabilidade da presidente, da chefe da
Casa Civil e do ministro de Minas e Energia”, disse.
A situação é tão grave que exige apuração e responsabilidade
criminal contra os responsáveis, acredita o tucano. “No meu entendimento é da
maior gravidade o que está acontecendo no setor elétrico brasileiro”, disse.
Para ele, as trapalhadas e inconsequências levaram à atual
situação, agravada ainda mais pela estiagem que esvazia dia após dia os
reservatórios em diversas partes do país, como num prenúncio do apagão. “A intervenção que fizeram no setor elétrico
brasileiro, a não tomada de providências para poder gerar mais energia no país
e a falta de planejamento levaram a essa situação quase caótica”, apontou o
tucano.
Matéria disponível em áudio: Clique aqui
Reportagem: Djan Moreno
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