sexta-feira, 22 de maio de 2015

Acidentes por falta de fiscalização, por Luiz Paulo

No dia 18, por volta das 5h30, o bairro de São Conrado foi literalmente acordado por grande explosão no 10º andar de prédio situado na Estrada da Gávea. A explosão, além de ferir com muita gravidade o morador do imóvel, resultou em mais três feridos e no desabamento das laje do 10º andar e do 9º. Mesmo sem saber o laudo oficial da perícia sobre o motivo fundamental do aludido acidente, pressupõe-se vazamento de gás acumulado.

Esta foi uma explosão da qual não se tem notícia, pelo menos no Estado do Rio de Janeiro, nas últimas décadas. O gás natural é leve e, se houver alguma abertura para que possa circular, se esvai com muita facilidade. Além disso, apesar de ser inodoro, coloca-se uma substância para que o ambiente fique impregnado de odores se houver o vazamento. O objetivo é alertar os moradores da existência de algum escapamento. Portanto, esta foi uma explosão absolutamente inédita em se tratando de gás natural.

Apesar de estar em vigor a lei da autovistoria (6.400/13), a Alerj aprovou a Lei 6.890/14 que dispõe, especificamente, sobre a obrigatoriedade da inspeção quinquenal de segurança nas instalações de gás nas unidades residenciais e comerciais supridas por gases combustíveis no Estado do Rio de Janeiro.

Ela foi objeto de diversas audiências públicas, inclusive na Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania. Participei de outra audiência pública na Comissão de Obras Públicas e aprovei um Substitutivo na Comissão de Constituição e Justiça.

Agora, começa o famoso “jogo de empurra”. Diz a concessionária de gás, pelo que está publicado em jornal, que faltou ao Estado regulamentar a lei da autovistoria de gás. O Estado não tem que regulamentar. Apenas a concessionária tem que credenciar empresas com capacidade de realizar essa autovistoria, para que os condomínios contratem tal vistoria quinquenal.

A Agenersa, a agência reguladora, afirma que a lei poderia ser autoaplicável. O fato é que se faz necessário que este assunto receba uma atenção muito especial. De tantos acidentes no Rio de Janeiro, existe uma associação de vítimas de acidentados com repercussões muitas vezes de morte em acidentes com gás natural. Tanto é verdade que, se pegarmos a conta de gás que recebemos, tem até uma figurinha ilustrativa de como devem ser os aquecedores implantados nos banheiros, especificamente, quanto às ventilações superior e inferior e ao escape do próprio gás.


Não é por ausência de legislação que tais coisas ocorrem, mas é necessário que seja cumprida. A vistoria é preventiva, feita para detectar problemas, e, quando ocorrem, deve-se fazer a manutenção ou conserto para que não ocorram mais acidentes. Simples assim. E também justo, correto e legal.

Luiz Paulo é deputado estadual pelo PSDB/RJ

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