Quarenta alunos do SENAI Friburgo estão participando de um
desafio nacional que quer criar soluções inteligentes para a indústria, a
partir de quatro temas: resíduos industriais, mobilidade urbana, energia
renovável e utilização da água. No total, o SENAI Rio participa com 160
estudantes do Desafio Senai de Projetos Integradores. A ideia é que alunos de
todo o país coloquem em prática aquilo que aprendem em sala de aula e, ao mesmo
tempo, proponham projetos que facilitem o trabalho das empresas. Um dos pontos
mais interessantes do trabalho é que o desafio é colaborativo, pois qualquer
pessoa da comunidade pode opinar, curtir e contribuir com os projetos através
da plataforma www.inovemaispr.com.br.
Os alunos de Friburgo estão divididos em 10 equipes. Cada
grupo deve ser formado por no mínimo duas áreas diferentes de aprendizado,
ressaltando a importância da interdisciplinaridade. Segundo a pedagoga Catarina
Wermelinger, responsável pelo desafio em na cidade, “a proposta é mostrar para
os alunos a possibilidade que eles têm de serem empreendedores, que são capazes
de mudar a realidade do contexto onde estão inseridos utilizando o que aprendem
em sala de aula”. E os estudantes já estão colocando as ideias em prática, pois
no momento trabalham na construção dos protótipos, alguns já em parceria com
empresas que se interessaram pelo desafio.
É o caso do empresário Cláudio Tangari, que abriu as portas
da própria indústria para que os alunos buscassem uma solução para resíduos
provenientes do processo fabril. Um dos grupos do SENAI Friburgo criou o
COMPRESS – Compactador de Resíduos de Usinagem que tem a intenção de reduzir o
volume de materiais como aparas de metal, limalhas e cavacos e promete baratear
custos de logística e aumentar o valor de venda desse resíduo em até 500% por
quilo de material.
Cláudio, que também é presidente do SINDMETAL, diz que
identificou nos projetos integradores, do SENAI, uma excelente oportunidade de
valorizar a aproximação entre alunos da instituição e das indústrias, uma
demanda constante do sindicato.
– Recebi os alunos na minha empresa, pois o projeto é uma
ótima iniciativa para que apliquem na prática o que aprendem na teoria. A
participação das empresas da região nesses projetos funciona como uma “peneira”
de escolinha de futebol, pois é uma forma de identificar os alunos que
realmente se destacam atuando em situações reais. – comentou Cláudio Tangari.
Os alunos têm até o final de junho para fechar a última
versão da ideia, o protótipo e um vídeo mostrando como o projeto funciona.
Depois dessa fase, quatro equipes serão selecionadas para representar o estado
do Rio na etapa nacional do evento, que acontece em agosto.
Outros projetos
O projeto Bioação consiste no reaproveitamento de garrafas
de vidros descartáveis como armadilha para mosquito. A garrafa será cortada
mecanicamente à meia altura com uma tela de micro tule presa na extremidade do
gargalo. O mosquito transmissor da dengue deposita os ovos na água do gargalo e
estes precipitam ao fundo. O contato com a água em solução na borra do café
impede o desenvolvimento em larva e pupa, interrompendo o ciclo de vida do
vetor. A proposta é trabalhar, principalmente, com garrafas long necks que são
mais difíceis de serem recicladas.
O Reflorestil é uma melhoria de um projeto já existente,
idealizado pela empresa Elas Ecomodas Confecções, que visa o reaproveitamento
do lixo têxtil (cones de linhas vazios e restos de tecidos) gerados por
confecções e outras empresas que compõem o polo têxtil/industrial. A empresa
utiliza os cones para o plantio de mudas da Mata Atlântica em parceria com as
escolas. As mudas são colocadas nos cones, que ficam presos em tela losangular,
com uma estrutura metálica, podendo suportar centenas de mudas. Esse projeto
visa aprimorar o berçário de mudas, automatizando o sistema de irrigação, com
coleta de água da chuva e utilização de energia solar, tornando o berçário
ecologicamente sustentável.
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