O Rio poderá perder 98 mil empregos caso seja aprovado pela
Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) o Projeto de Lei nº
1.431/16, que suspende a concessão de incentivos fiscais às empresas. O dado é
de levantamento apresentado pelo Sistema FIRJAN na quarta-feira, dia 22, na
Alerj, durante audiência pública sobre o assunto. Estiveram presentes mais de
70 empresários mobilizados pela Federação. Na estimativa, a região Centro-Norte
pode perder 7.075 postos de trabalho. As cidades que mais podem sentir o
impacto da medida são Bom Jardim e Cordeiro, que podem perder 2.189 e 1.283
postos de trabalho respectivamente.
De acordo com a Federação, essas vagas foram criadas de 2008
a 2014, em 51 municípios do interior beneficiados pela Lei nº 4.533/2005 e suas
alterações. Nessas cidades foram instaladas 231 indústrias, que contribuíram
para o incremento de R$ 721 milhões na arrecadação de ICMS do estado.
O Sistema FIRJAN também ressalta a importância dos
benefícios setoriais, que estimularam a abertura de mais de duas mil indústrias
entre 2006 e 2014. Os setores que mais se desenvolveram foram os de Vestuário,
Produtos de Metal, Minerais não Metálicos e Mobiliário.
Para a Federação, os incentivos fiscais promoveram o
crescimento de diversas regiões e setores, contribuindo para a geração de
emprego, renda e arrecadação para o estado. E o fim desses benefícios, além de
gerar insegurança jurídica para as empresas que já utilizam regimes tributários
diferenciados, afastará investidores. “É importante frisar que o incentivo
fiscal não representa um desembolso por parte do estado. Pelo contrário, gera
arrecadação adicional”, destaca o economista-chefe do Sistema FIRJAN, Guilherme
Mercês.
“A mobilização é vital. Não podemos permitir que essa norma
passe sob hipótese alguma. No meu segmento de confecção, o incentivo é
indispensável na formatação de custo das mercadorias. Isso porque a carga
tributária é muito alta para o setor”, disse o empresário José Américo de
Farias, da Evidenza Lingerie. José esteve na audiência pública que contou com a
presença de e empresários e lideranças sindicais do Centro-Norte.
O presidente do Conselho de Assuntos Tributários do Sistema
FIRJAN, Sergei Lima, explica que, com o reajuste do Fundo Estadual de Combate à
Pobreza, no fim do ano passado, o Rio tem hoje o ICMS mais elevado do país.
“Caso os deputados aprovem o fim desses incentivos fiscais, a carga tributária
será elevada e podemos perder muitos empreendimentos para outros estados”,
coloca Sergei, acrescentando que a medida levará à queda de arrecadação e ao
agravamento da situação de caixa do governo estadual.
Guilherme Mercês acrescenta que a solução para a recuperação
da economia e, consequentemente, das receitas governamentais não está em novos
aumentos da já elevada carga tributária, e sugere medidas. “De imediato, é
fundamental que seja aprovada a PEC que limita o crescimento dos gastos
públicos, que agora incluirá os estados”, diz o economista-chefe do Sistema
FIRJAN. A Federação também defende um amplo programa de venda de ativos e uma
reestruturação das contas públicas do estado, com base na revisão completa das
prioridades orçamentárias como forma de ajustar as despesas à capacidade de
arrecadação de tributos.
![]() |
Foto: Vinícius Magalhães |
Nenhum comentário:
Postar um comentário