Cálculo da Federação das Indústrias considera o impacto
logístico e dos acidentes nas BRs 116, 040 101 e 393
O atraso das obras necessárias para eliminar os gargalos nas
BRs 116 (Presidente Dutra), 040 (Washington Luiz), 101 (Governador Mário Covas)
e 393 (Lúcia Meira), nos trechos sob concessão no estado do Rio, pode custar R$
4,9 bilhões. O cálculo é do Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado
do Rio de Janeiro), que considerou o impacto logístico e dos possíveis
acidentes caso as melhorias nessas rodovias sejam concluídas apenas entre 2031
e 2033.
Na BR 116, o Sistema FIRJAN chama a atenção para a situação
da Serra das Araras. O projeto da nova pista de descida está avaliado em R$ 1,7
bilhão e o prazo de construção estimado em quatro anos. Caso seja decidido por
aguardar o encerramento do contrato atual, em 2021, para que a obra seja
realizada em uma nova concessão, a pista, que poderia ser entregue em 2020,
corre o risco de só ficar pronta em 2031. O custo da postergação, por conta dos
gastos logísticos extras e do número de acidentes, pode chegar a R$ 797
milhões.
Na BR 040, a construção da nova pista de subida da Serra de
Petrópolis está paralisada. A obra teve o cronograma alterado três vezes e,
após ser iniciada em 2013, discussões jurídicas acerca do valor acabaram
interrompendo os trabalhos. Sem recursos, o governo tem interesse em que a
concessionária termine a obra, que pode ser concluída em dois anos, em troca da
extensão do prazo de concessão. Porém, a proposta é questionada na Justiça por
setores que defendem que o trabalho só seja retomado após o encerramento do
contrato, em 2021, e uma nova licitação. Caso isso ocorra, a nova pista só deve
ser concluída em 2031. Este atraso pode gerar um custo de R$ 1,5 bilhão.
Na BR 101, de Niterói até a divisa com o Espírito Santo,
obras de duplicação estão atrasadas devido a questões ambientais. Caso a
situação não seja resolvida, em 2033, ano em que termina a concessão, o custo
da postergação poderá passar de R$ 1,8 bilhão. Já na BR 393, caso a duplicação
prevista e as obras necessárias não sejam inseridas no contrato e realizadas
pela concessionária, o custo pode chegar a R$ 745 milhões em 2033, ano final da
concessão.
As informações fazem parte do estudo “Impactos
socioeconômicos da postergação de obras nas rodovias federais concedidas no Rio
de Janeiro”, do Sistema FIRJAN. De acordo com a Federação das Indústrias,
circulam nessas rodovias mais de 60% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.
Além disso, a aceleração da economia, que causa reflexos imediatos no tráfego
rodoviário, tende a ampliar os efeitos negativos da postergação das obras. Para
a FIRJAN, as melhorias não podem ser adiadas, uma vez que as consequências,
mais do que as perdas econômicas, são sociais por conta do grande número de
acidentes.
O estudo “Impactos socioeconômicos da postergação de obras
nas rodovias federais concedidas no Rio de Janeiro” pode ser acessado AQUI

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