terça-feira, 8 de novembro de 2016

FIRJAN: atraso de obras em rodovias federais no RJ pode custar R$ 4,9 bilhões

Cálculo da Federação das Indústrias considera o impacto logístico e dos acidentes nas BRs 116, 040 101 e 393

O atraso das obras necessárias para eliminar os gargalos nas BRs 116 (Presidente Dutra), 040 (Washington Luiz), 101 (Governador Mário Covas) e 393 (Lúcia Meira), nos trechos sob concessão no estado do Rio, pode custar R$ 4,9 bilhões. O cálculo é do Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), que considerou o impacto logístico e dos possíveis acidentes caso as melhorias nessas rodovias sejam concluídas apenas entre 2031 e 2033.

Na BR 116, o Sistema FIRJAN chama a atenção para a situação da Serra das Araras. O projeto da nova pista de descida está avaliado em R$ 1,7 bilhão e o prazo de construção estimado em quatro anos. Caso seja decidido por aguardar o encerramento do contrato atual, em 2021, para que a obra seja realizada em uma nova concessão, a pista, que poderia ser entregue em 2020, corre o risco de só ficar pronta em 2031. O custo da postergação, por conta dos gastos logísticos extras e do número de acidentes, pode chegar a R$ 797 milhões.

Na BR 040, a construção da nova pista de subida da Serra de Petrópolis está paralisada. A obra teve o cronograma alterado três vezes e, após ser iniciada em 2013, discussões jurídicas acerca do valor acabaram interrompendo os trabalhos. Sem recursos, o governo tem interesse em que a concessionária termine a obra, que pode ser concluída em dois anos, em troca da extensão do prazo de concessão. Porém, a proposta é questionada na Justiça por setores que defendem que o trabalho só seja retomado após o encerramento do contrato, em 2021, e uma nova licitação. Caso isso ocorra, a nova pista só deve ser concluída em 2031. Este atraso pode gerar um custo de R$ 1,5 bilhão.

Na BR 101, de Niterói até a divisa com o Espírito Santo, obras de duplicação estão atrasadas devido a questões ambientais. Caso a situação não seja resolvida, em 2033, ano em que termina a concessão, o custo da postergação poderá passar de R$ 1,8 bilhão. Já na BR 393, caso a duplicação prevista e as obras necessárias não sejam inseridas no contrato e realizadas pela concessionária, o custo pode chegar a R$ 745 milhões em 2033, ano final da concessão.

As informações fazem parte do estudo “Impactos socioeconômicos da postergação de obras nas rodovias federais concedidas no Rio de Janeiro”, do Sistema FIRJAN. De acordo com a Federação das Indústrias, circulam nessas rodovias mais de 60% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Além disso, a aceleração da economia, que causa reflexos imediatos no tráfego rodoviário, tende a ampliar os efeitos negativos da postergação das obras. Para a FIRJAN, as melhorias não podem ser adiadas, uma vez que as consequências, mais do que as perdas econômicas, são sociais por conta do grande número de acidentes.

O estudo “Impactos socioeconômicos da postergação de obras nas rodovias federais concedidas no Rio de Janeiro” pode ser acessado AQUI 

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