Ainda que não seja atribuição do INEA, as equipes do Parque
do Desengano, administrado pelo mencionado instituto, passaram a atuar tão logo
tomaram conhecimento do primeiro ataque do Bugio. Com apoio de policiais da 5ª
e da 3ª Unidade de Policiamento Ambiental (UPAM), Corpo de Bombeiros, técnicos
do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, Emater-RJ, Ong Ser da Terra,
biólogos da Fundação Rio Zoo, Fiocruz e veterinários do Cras/Estácio, reuniram
esforços na operação de resgate da família de primatas que durou duas semanas.
Numa ação
conjunta, foram utilizados diversos métodos de captura, incluindo o uso de
armadilhas metálicas e redes, mas sempre buscando resguardar o bem estar dos
animais e a segurança de moradores do entorno e profissionais envolvidos.
Na
manhã de domingo, 8, aconteceu a captura do primata após a utilização de dardos
anestésicos. Em seguida, o Bugio foi transportado para o Parque Estadual do
Desengano, em Santa Maria Madalena, onde receberá atendimento veterinário e
será submetido à coleta de sangue para exames, coleta de pelos e sexagem, além
de receber um micro-chip para monitoramento futuro. Após esses procedimentos, o
primata irá receber alimentos e permanecerá em repouso, podendo ser solto num fragmento florestal no entorno do parque, que lhe dará
condições adequadas de sobrevivência e proteção.
Apesar dos alardes com os acontecimentos, especialistas
esclarecem que, pelo fato de a natureza não ser uma ciência exata, a captura
desses animais não é algo tão simples, até por possuírem grande capacidade
cognitiva, físico privilegiado e adequado ao terreno onde se mantinha, além do
conhecimento da mata, com 30 hectares de área.
“Isso demandou esforço
permanente da equipe. Vale dizer que a Lei Complementar 140/2011 diz que
compete ao IBAMA controlar a apanha de espécies da fauna silvestre em vida
livre, tendo sido delegado aos estados apenas a competência para a apanha de
espécies da fauna silvestre destinadas à implantação de criadouros e à pesquisa
científica. O que importa é que o animal foi capturado, a população protegida,
as conexões ambientais preservadas e o primata devolvido a um espaço natural”,
explica o secretário de Meio Ambiente de Cordeiro, Amarildo Lanes, que também
participou da ação na Mata do Posto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário