A Prefeitura de Nova Friburgo, através da Secretaria de Saúde,
iniciou no último domingo, 22, um mutirão de cirurgias ortopédicas no Hospital
Municipal Raul Sertã. No primeiro dia da ação, oito pacientes foram operados. A
expectativa é de realizar até o fim de janeiro as cirurgias de quase 50
pacientes que aguardam os procedimentos há meses. O médico cirurgião
friburguense Paulo Sávio coordena o trabalho.
“O objetivo do mutirão é tentar equalizar esse déficit de
cirurgias para dar um pouco mais de dignidade às pessoas que estão aqui. Para
que elas sintam que estão sendo tratadas, acolhidas, e que não estão
abandonadas aqui. A logística para o tratamento ortopédico é complicada, porque
depende de instrumental, material, equipamentos do hospital, esterilização,
mais demanda médica, porque uma cirurgia ortopédica necessita de, pelo menos,
dois ou três ortopedistas. Então, o nosso intuito é fazer quantos mutirões
forem necessários até a gente equacionar e poder, dentro de um prazo razoável,
internar e operar os pacientes, como sempre aconteceu. E não da maneira que
estava, que era uma situação caótica”, explicou o doutor Paulo Sávio.
De acordo com levantamento feito pela Secretaria Municipal
de Saúde, atualmente o Hospital Municipal Raul Sertã tem 46 pacientes nessa
situação. Quase todos aguardam há cerca de 50 dias para realizarem suas
cirurgias, o que prejudica o paciente e dificulta outros atendimentos na
unidade de saúde. Ainda segundo o doutor Paulo Sávio, o caso mais delicado é de
um paciente que está internado na unidade desde o dia 22 de outubro do ano
passado.
Para as criadoras do projeto, Suzane Menezes e Michelle
Silvares, ambas do Comitê de Gestão da Saúde de Nova Friburgo, o quadro atual
precisa ser imediatamente mudado. “Na verdade, essa situação impacta
diretamente não só na qualidade de vida dos próprios pacientes, mas também na
de suas famílias. Por isso mesmo há necessidade de agilizarmos essas
cirurgias”, explicou Suzane, corroborada por Michelle: “Em se tratando de
jovens que dependem desse tipo de procedimento cirúrgico, por exemplo, o
impacto também é grande, pois o longo período de internação afeta diretamente
não só a parte social e familiar, como também sua vida
trabalhista/previdenciária, que não pode ser desconsiderada”.
Ainda segundo o levantamento, para que o mutirão pudesse ser
realizado, a Secretaria de Saúde precisou recuperar equipamentos do centro
cirúrgico e do Centro de Terapia Intensiva (CTI), além de reabastecer os
setores com materiais hospitalares que estavam em falta até então. Também foi
montada uma equipe de cirurgia e anestesia para atender a demanda emergencial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário