segunda-feira, 3 de julho de 2017

Lava Jato/RJ investiga desvio milionário na área de transporte público do Rio

Em mais um desdobramento das investigações da força-tarefa Lava Jato/RJ, a Polícia Federal deflagrou na noite de domingo, 2, e início da manhã dessa segunda, 3, a operação Ponto Final, com o objetivo de desbaratar organização criminosa, atuante no setor de transportes, responsável pelo pagamento de mais de R$ 260 milhões a políticos e agentes públicos. 

A pedido do Ministério Público Federal (MPF/RJ) foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Federal Criminal/RJ, nove mandados de prisão preventiva e três mandados de prisão temporária. Um dos principais empresários do ramo no estado do Rio, Jacob Barata filho, foi preso ainda na noite de domingo no aeroporto Internacional Tom Jobim, tentando embarcar para Portugal. Também foram presos nessa segunda-feira o presidente-executivo da Fetranspor, Lélis Teixeira, e o ex-presidente do Detro, Rogério Onofre.

De acordo com as investigações, entre 2010 e 2016, Sérgio Cabral recebeu R$ 122.850.000,00. Já Rogério Onofre, ex-presidente do Detro, recebeu R$ 44.100.000,00 em propinas pagas pelas empresas de ônibus.

Ação - Além dos termos colhidos em sede de colaboração premiada, Luiz Carlos Bezerra (réu na ação nº 0509503-57.2016.4.02.5101), operador financeiro de Sérgio Cabral, confessou, voluntariamente, que recolhia propina na sede da empresa Flores em São João de Meriti. Bezerra admitiu também que codinomes como "Jardim", "Flowers" e "Garden" constantes de anotações de contabilidade feitas em agendas, apreendidas durante a deflagração da Operação Calicute, em novembro de 2016, eram referentes à Companhia Viação Flores, cujo sócio administrador é o empresário José Carlos Reis Lavouras – sócio também de mais 13 empresas ligadas ao ramo de transporte. Lavouras também figura como membro do Conselho de Administração da Riopar Participações SA (Bilhete Único e Riocard) juntamente com o empresário Jacob Barata Filho (na condição de presidente) e Lélis Marcos Teixeira (como secretário da mesa apuradora).

Para o MPF, o esquema de corrupção encontra-se organizado a partir de quatro núcleos básicos: núcleo econômico, formado pelos executivos das empresas organizadas em cartel; o núcleo administrativo, composto por gestores públicos do governo do Estado, os quais solicitaram/receberam propinas; núcleo operacional cuja principal função era promover a lavagem de dinheiro desviado; e núcleo político, integrado pelo líder da organização Sérgio Cabral.

A Operação Ponto Final decorre das investigações das Operações Calicute e Eficiência.

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