quarta-feira, 21 de abril de 2010

Comentário sobre o artigo "O Jovem, o Descrédito e a Política"


As colocações são bastante plausíveis, mas gostaria de chamar atenção para alguns pontos que acho que limitam o pensamento.
Para que um jovem exerça cidadania, ele não precisa estar filiado a um partido. Cidadania pode estar em simples atos cotidianos que exprimam consciência crítica, capacidade de mobilização e geração de impacto/resultado, seja em sua família, círculo de amizades, rede social e na sociedade como um todo.
Acho que justamente por estarmos na fase da juventude e ‘descobrindo’ o mundo e seus valores, devemos adquirir o máximo de informação possível. É a época de investir na busca pelo conhecimento, para que mais tarde com discernimento e sabedoria, possamos formar nossos valores/ideais pessoais, éticos e sociais, e se for o caso escolher um partido ou ‘bandeira’ para defender.
Por outro lado, concordo com a afirmativa de que a política precisa se ‘oxigenar’ e que a reposta para isso está também nos jovens atuais. A sociedade tem se modificado, os modelos de vida, o planejamento familiar e os próprios valores da humanidade têm se recriado. A atual sociedade contemporânea cresce balizada em ideais de sustentabilidade e mais qualidade de vida que, acredito eu, em menos de um século, irão modificar radicalmente não só nosso cotidiano, mas também, claro, nosso método de gestão, e por consequência a política.
Quando falo dessa evolução social não estou me referindo apenas às novas tecnologias, me refiro também aos novos valores de integração em redes colaborativas, ao fortalecimento de empreendedores sociais e a gestão voltada para a sustentabilidade do planeta.
Acredito que caminhando assim, muito em breve todos ideais de democracia serão substituídos pelos ideais do CONSENSO. Enquanto democracia prega a vontade da maioria, o consenso traz a oportunidade de um intercâmbio de saberes que proporciona a mudança de opiniões e posicionamentos em prol de uma causa de interesse comum, oxigenando verdadeiramente os debates. Se refletirmos um pouco mais, uma boa referência são as tribos indígenas, as ecovilas e outras formas de comunidades sustentáveis, onde as decisões são tomadas em círculo com a presença de todos, levando em consideração diferentes opiniões.
Para finalizar, assim como ainda HOJE podemos ver e conviver com criaturas humanas que ainda trazem traços dos primatas que habitaram a Terra, ou valores da idade média e do sistema feudal, infelizmente é preciso reconhecer que nem TODA a sociedade irá acompanhar essa nossa próxima etapa da evolução. Por isso, acredito também que a esperança está nos JOVENS, em conscientizá-los, ofertar a eles novos pensamentos, estimular a consciência crítica e o empoderamento.
Enquanto isso, esperamos com fé que a atual gestão municipal, estadual, nacional e mundial sobreviva em meio a tantas meias e cuecas que voam cheias de dólares, e superando a corrupção, consiga implementar políticas públicas que propiciem uma educação igualitária e o mínimo de qualidade de vida possível. Afinal, nossa geração precisa estar VIVA para oxigenar o próximo século. VIVA no sentido biológico, espiritual e com certeza, VIVA no pensamento!

Por Aline Velozo

2 comentários:

Monique Schuabb disse...

Sem dúvida, Aline, o exercício da cidadania deve ser suprapartidário, concordo plenamente.

Agora, pela interpretação que fiz do texto, trata-se na verdade de um chamamento aos jovens de idade e ideias para se fazerem representar, como muito bem colocou o Marcelo, "oxigenar" , na política.

A ideia que se passou ao longo de décadas, de que política é para homem e para as pessoas de mais idade, acabou afastando os jovens da política. Se o jovem não se interessa pela política, como a política haverá de se interessar pelo jovem?

Perceba que todos, ou quase todos os partidos, passaram a te essa preocupação nos últimos tempos: a política está envelhecendo, como atrair os jovens novamente? Eu considero essa ideia bastante interessante.

É fato que nem todos os jovens são vocacionados para a vida pública. Mas o que são, no meu entendimento, deveriam se fazer representar, até mesmo, pq além de novas ideias, o jovem ingressa na política sem os velhos vícios pra ticados pelos políticos. E esse tb é um passo importante para a moralização da política no Brasil.
Agora, questão partidária, é da iden tificação ideológica de cada um.

Essa é a minha opinião!

Anônimo disse...

Talvez a política esteja envelhecendo, pois os jovens estão vendo que este modelo de política não serve e por isso não se interessam por ele. Que venha o novo!