Garotinho pedirá afastamento de Cabral ao MPF

Após o recesso parlamentar, o deputado federal Anthony Garotinho apresentará ao Ministério Público Federal uma queixa-crime contra o governador Sérgio Cabral pedindo o seu afastamento do cargo. O parlamentar promete entregar ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, aproximadamente 450 quilos de documentos que comprovam mais de 30 crimes cometidos pelo governador à frente da administração pública desde 2007. Os documentos listam o superfaturamento de UPAs, aquisição de medicamentos superfaturados, lavagem de dinheiro pelo escritório da mulher do governador, Adriana Ancelmo, entre outros crimes.

“Muitos ficaram surpresos com os 68 quilos de documentos relativos a negócios do governo Cabral com a Delta, do amigo de farras Fernando Cavendish. Mas não é isso que está tirando o sono do governador a ponto de anunciar com tanta antecedência que vai renunciar um ano antes do seu mandato terminar, em dezembro de 2013. Os nervos de Sérgio Cabral estão à flor da pele é com essa queixa-crime.”, afirma Garotinho.

Segundo o deputado, os 450 quilos de documentos incluem, além das irregularidades com a Delta, relatórios do Tribunal de Contas do Estado, do Tribunal de Contas da União, e da Polícia Federal.

Os documentos listam, por exemplo, o superfaturamento de UPAs e o envolvimento do secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, na aquisição de medicamentos superfaturados de uma firma situada em paraíso fiscal. A queixa-crime detalha ainda a operação de lavagem de dinheiro que utiliza o escritório da mulher do governador, Adriana Ancelmo, advogando de forma indevida para empresas que são concessionárias ou prestam serviços ao poder público estadual.

Os documentos, que têm milhares de páginas, mostram o esquema montado pelo secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, junto à empresa Júlio Simões para alugar viaturas para uso da Polícia Militar do Rio nos mesmos moldes que vinha sendo feito na Bahia, e que resultou na prisão de auxiliares do governador do estado.

Com provas irrefutáveis, a queixa-crime mostra o superfaturamento no aluguel de aparelhos de ar-condicionado para as escolas e a aquisição de equipamentos de informática, que aliás, envolvendo a mesma firma que atuava em Brasília no governo de José Roberto Arruda, que foi cassado por corrupção.

“Tem muito mais, é devastador. Termina questionando o patrimônio do governador e a receita para obtê-lo. Os sinais exteriores de riqueza dele e de alguns auxiliares diretos são indiscutíveis. O secretário de Governo, Wilson Carlos, braço-direito, teve depósitos feitos numa conta no exterior, situada em Hong Kong e que foi descoberta pela Polícia Federal. Os documentos demonstram cabalmente que Sérgio Cabral montou uma gangue para saquear os cofres do Estado”. 

Informativo do Deputado