O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu nova denúncia à
7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro contra o ex-governador do estado
Sérgio Cabral e outros 19 investigados pela força-tarefa da Lava Jato no Rio.
Eles são acusados de fraudes nas licitações para a reforma do estádio do
Maracanã para a Copa de 2014 e para as obras de urbanização do programa
PAC-Favelas, além do superfaturamento e da formação de cartel para obras
públicas estaduais financiadas pela União.
A denúncia demonstra que os executivos das empreiteiras Delta,
Andrade Gutierrez, Carioca Engenharia, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo
Corrêa, Camter e EIT atuaram de forma combinada entre si para vencer as
licitações nos dois conjuntos de obras mencionados. Por meio de cartel, o grupo
também eliminava a concorrência em outras grandes obras do governo.
Conforme as investigações já haviam indicado, as empresas se
comprometiam a pagar a Sérgio Cabral um total de 5% sobre o faturamento das
obras, já que a prática dependia de acordos com os agentes públicos
responsáveis pela fiscalização de licitações. No caso do Maracanã, após 16
termos aditivos, os gastos com a reforma saltaram de R$ 705 milhões para R$ 1,2
bilhão. Já nas obras realizadas nas comunidades de Manguinhos, Complexo do
Alemão e Rocinha, que custaram R$ 915 milhões, as empresas articulavam para
incluir nos projetos básicos exigências que só elas mesmas poderiam satisfazer.
Demais denunciados – Além de Cabral, foram denunciados:
Wilson Carlos (ex-secretário de governo), Hudson Braga (ex-subsecretário de
obras), Ícaro Júnior (ex-presidente da empresa de obras do RJ), Louzival Luiz
Lago Mascarenhas Junior, Marcos Antonio Borghi e Marcelo Duarte Ribeiro (OAS),
Fernando Cavendish e Paulo Meriade Duarte (Delta Construções), Benedicto Barbosa
da Silva Júnior, Eduardo Soares Martins, Irineu Berardi Meireles, Marcos,
Vidigal do Amaral e Karine Karaoglan Khoury Ribeiro (Odebrecht), Juarez Miranda
Junior (Camter), Maurício Rizzo e Gustavo Souza (Queiroz Galvão), Paulo Cesar
Almeida Cabral (EIA), José Gilmar Francisco de Santana (Camargo Corrêa) e
Ricardo Pernambuco (Carioca).
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