domingo, 20 de janeiro de 2019

Sorvete especial reduz efeitos colaterais em pacientes que fazem quimioterapia

A ideia é levar esse complemento alimentar para todos os pacientes internados ou em tratamento domiciliar

Pesquisadores do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), vinculado à Rede Ebserh, desenvolveram um sorvete especialmente para pacientes em tratamento oncológico. O produto ajuda a reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia em pacientes com câncer e funciona como um complemento alimentar.

O complemento alimentar foi consumido por provadores sem câncer e por pacientes em tratamento de quimioterapia. A pesquisa foi transformada em artigo científico e publicada no Journal of Culinary Science & Technology. "Por ser gelado, ele ajuda a anestesiar a cavidade bucal, que é uma das consequências do tratamento, que são as mucosites, sapinhos, enfim, que tanto dificultam a ingestão alimentar", disse a professora Raquel Salles, do Departamento de Nutrição da UFSC, uma das nutricionistas responsáveis pela pesquisa.

O sorvete é também fonte proteína de alto valor biológico, fonte de fibra, livre de gordura trans, sem lactose e sem glúten, com alto valor calórico. E foi feito em parceria com uma indústria catarinense – YPY Sorvestes Premium, que desenvolveu o produto em escala comercial em três sabores: limão, morango e chocolate. 

A médica da equipe de hematologia do HU, Giovana Steffenello, explicou que o paciente que está em tratamento tem alteração no paladar e passa por dificuldades para se alimentar. Por isso, o sorvete, por ser de boa aceitação, ajuda a amenizar os problemas no tratamento. “O paciente também sente bastante náuseas, às vezes até o cheiro da comida pode incomodar", afirmou.

Os dados científicos mostram os bons resultados e a aceitação do sorvete, mas o que mais comprova esta realidade é o depoimento de pacientes, como Carolina Martins, que faz tratamento no HU por conta de um linfoma e conheceu o produto. “O sorvete é delicioso e minimiza os efeitos da quimioterapia”, disse Carol, que recebe as orientações das nutricionistas

A ideia é levar esse complemento alimentar para todos os pacientes internados ou em tratamento domiciliar, que tenham necessidades nutricionais que requeiram aumentar o valor calórico e proteico na dieta. Tem a vantagem por ser um alimento que faz parte do repertório alimentar das pessoas em todas as faixas etárias, é nutritivo e saudável, além de respeitar os hábitos alimentares dos indivíduos já tão fragilizados, tanto do ponto de vista biológico como emocional.

Com informações do HU-UFSC e Ministério da Saúde

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